O Bolsonaro que temos dentro de cada um de nós

Alexandre Gonçalves

Jornalista

 

Sou contra qualquer tipo de agressão, seja ela verbal ou física. Mas não sou santo e muito menos tranquilo, me arrependo dos bate bocas que já me envolvi e percebo que deveria ter agido diferente na maioria das vezes.

Defendo intransigentemente a paz, por convicção, formação, família.

Portanto, é preciso repudiar com todas as letras o atentado sofrido pelo candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), sofrido nesta quinta-feira em Minas Gerais. E desejar pronta recuperação para o deputado federal.

E lamentar o que se aflora do ser humano nas redes sociais neste período eleitoral. Defensores e opositores reproduzem um pouco da personalidade de Bolsonaro, que se recupera da grave facada em São Paulo.

Muita gente sem informação se manifestando, cheio de razão. Mas também pessoas com bom conhecimento e experiência para ter um pouco mais de responsabilidade frente a um episódio tão grave.

Os defensores logo apontaram o dedo para a “esquerda”, pelo fato do maluco que atingiu Bolsonaro ter sido filiado ao PSOL faz uns anos atrás. ‘Foi a mando de Deus”, disse Adelio Bispo de Oliveira, que deu a facada, em seu primeiro depoimento.

Já gente que não gosta do “mito”, denunciou no começo que era notícia fake, para depois falar que Bolsonaro foi vitima da violência que prega.

Menos gente!

Vivemos uma cultura cibernética tão beligerante, que chegou na campanha eleitoral deste ano da pior forma possível. Basta, é preciso repensar o que estamos fazendo. Mas com razão, não é na agressão, na violência, que vamos resolver os problemas imensos que o Brasil tem.

Não gosto do Bolsonaro, pois entendo que ele representa o atraso e não está preparado para administrar o Brasil. Não tem projeto, não tem base, não tem compostura para ser presidente. E o pior, incita a animosidade.

É minha posição.

Mas não posso compactuar em relativizar um atentado contra qualquer pessoa, em especial, uma que se coloca a disposição para tentar presidir o país.

Como não é na bala que vamos resolver nossos problemas, muito menos na faca.

 

1 Comentário

  1. O resultado das investigações deverão exclarecer os fatos .

    Só esperamos que a investigação não seja igual do assassinato do prefeito Celso Daniel .

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*