A intervenção federal no Rio de Janeiro

Carlos Olimpio Menestrina

Coronel Corpo de Bombeiros

 

Não pode ser ignorado que a situação do Estado do Rio de Janeiro, nos últimos tempos, vem enfrentando uma condição caótica e insustentável.

A intervenção, como forma do restabelecimento da ordem pública, merece nossos aplausos e nosso integral apoio.

Importante ressaltar que segurança pública é um sistema, composto por ciclos, que passo a identificar:

1) O primeiro, o ciclo da sociedade, que por falta de investimentos em políticas públicas, por passividade na deterioração da maior instituição social, a família, por ineficácia da legislação pertinente, promovida por nossos legisladores, etc., etc….ocorrem os desvios de conduta, incorrendo na criminalidade.

2) O segundo, o ciclo policial. Tanto a polícia ostensiva, quando a investigativa, apesar das deficiências e limitações, tem sido o que tem dado uma pequena resposta a sociedade, prendendo e encaminhando uma vasta relação de infratores à justiça e aos presídios.

3) O terceiro, o ciclo judiciário. Tanto o Ministério Público, quando a justiça propriamente dita, tem, de acordo com os ditames da legislação vigente e apesar da sua estrutura morosa, buscado cumprir aos processos de julgamento dos infratores encaminhados pelo ciclo policial.

4) O quarto e acredito, o mais ineficaz do sistema, o ciclo prisional. Este, responsável pela reeducação e reinserção do infrator novamente na sociedade, encontra-se com grandes depósitos, sem dispor de programas eficazes de recuperação e espaços condizentes, acabando por devolver a sociedade o infrator, sem qualquer melhora no seu desvio de comportamento ou, em muitos casos, em condição pior.

O que me surpreende e me impressiona é o fato de nenhum dos agentes públicos envolvidos na operação, falarem em intervir no sistema. Se isso não ocorrer, novamente teremos apenas um paliativo e quando terminar essa intervenção, gradativamente o caos que hoje assistimos se restabelecerá.

Não dá para falar em melhora na segurança da população, sem passar pela avaliação do sistema como um todo.

Fora isso, toda intervenção, será mera ação pontual.

2 Comentário

  1. Alcino Carrancho, Aquele Que Terá Orgasmos Múltiplos Se Toda a Cambada Política for Trocada disse:

    Tudo passa pela política. Tudo! Os 51 milhões de reais achados no apartamento daquele porco anafado do MDB/PMDB/MDB são, certamente, uma minúscula ponta de imenso iceberg.
    Discute-se por toda a parte deste Brasil, mudar a legislação no sentido de abolir estatuto da reeleição.Eu, Alcino Carrancho, fui iluminado por algo que “baixou” em mim… Decidi: a partir de hoje não mais discutirei reeleição, mas, da forma mais simples – e a simplicidade é o último degrau da sabedoria – usarei o meu arbítrio de não digitar na urna eleitoral nome de político atual ou que tenha histórico.
    Fora corja maldita, antro de ladrões, esgoto cloacal, excremento sólido, deformados morais!

  2. Caro Coronel, como vc explica que bandidos presos ordenam crimes la fora??!! só mesmo no Brasil tal aberração. Cadê os bloqueadores de celulares??
    Isso mostra o alto grau de corrupção e propinas nos meios policiais e instituições ligadas a eles.
    Essa intervenção no Rio é inócua, mesmo porque os grandes chefões dos tráficos moram em endereços nobres e chiques ou em Miami e não em favelas.

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