O vereador Mário Kato (PCdoB) encerrou seu mandato de suplente nesta semana e deixa um legado importante nos 30 dias em que ficou na Câmara de Blumenau. Médico e sindicalista, sofreu críticas de colegas quando da posse, por conta de estar num partido comunista. Mas, ao final do seu período, mostrou que, acima de questões ideológicas, fez um trabalho sério, provocando reflexões pertinentes, trazendo denúncias e ainda aprovando um projeto importante.
O projeto aprovado garante aos médicos da rede pública o direito de solicitar exames complementares conforme seu juízo clínico, autonomia profissional e protocolos vigentes. O objetivo é reduzir a burocracia na atenção primária, evitar encaminhamentos desnecessários, agilizar diagnósticos e ampliar a resolutividade do SUS no município, mantendo o controle do SISREG sobre os fluxos assistenciais.
O vereador, que atua na rede pública de saúde como médico geriatra, diz que o atual modelo, restringe a solicitação de exames a especialistas, gerando custos excessivos ao sistema devido a encaminhamentos desnecessários, sobrecarregando a rede secundária e ampliando as filas de espera. É verdade e quem usa a rede pública sabe.
Mário Kato também participou ativamente das articulações que evitaram a aprovação do projeto do Executivo que poderia gerar a perda de gratificações a profissionais da saúde por conta de uma proposta da administração municipal.
Outros debates importantes feitos pelo vereador do PCdoB foram sobre os incentivos fiscais, que agora precisam passar pelo Legislativo para serem aprovados. Kato sempre se posicionou contrário e suas justificativas muitas vezes nos fizeram pensar sobre as prioridades do Poder Público na entrega destas isenções e ajudas.
Denúncias também marcaram a atuação do vereador. Uma é sobre a indicação de pessoas em cargos comissionados da Prefeitura, cargos de diretor e gerente, com currículos inapropriados para os cargos ocupados. Apontou um diretor administrativo financeiro de uma secretaria sem formação superior, assim como outros diretores na mesma situação, todos vinculados a políticos.
“Quando cargos sérios viram prêmio político, a máquina pública emperra, as decisões falham e a conta cai no colo da cidade”, escreveu em suas redes sociais.
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E, por fim, Mário Kato conseguiu aprovar um requerimento, convocando a secretária de Comunicação da Prefeitura a prestar esclarecimento sobre a contratação de uma pesquisa de opinião pelo Poder Público.
Mário Kato qualificou o debate neste período, com firmeza de posições e equilíbrio na defesa delas. No ano que vem volta o titular Adriano Pereira (PT), também com um trabalho importante, numa linha mais comunitária.
Kato está de olho nas eleições de 2026. É o primeiro suplente da Federação Brasil Esperança, que deve ter Jean Volpato como candidato a deputado estadual. Caso Jean se eleja, assume Kato em 2027.
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