Todos os olhos para a Avenida Paulista neste domingo

Foto: reprodução

A convocação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para este domingo promete lotar a avenida Paulista, em São Paulo.  Além de ser na área central da maior cidade do país, caravanas organizadas por políticos de outros estados prometem engrossar o coro.

Jair Bolsonaro conta com  milhões de adeptos, isso é fato, tanto que fez mais de 51 milhões de votos na eleição passada, número importante, mas insuficiente para ultrapassar Lula (PT), que fez mais de 57 milhões.

Chamou a manifestação para blindar-se das últimas operações da Polícia Federal contra ele. A última, diz respeito ao envolvimento dele na trama golpista que desembocou na invasão das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023, oito dias depois do presidente eleito ter sido empossado.

Bolsonaro não fez a transmissão de cargo e demorou para reconhecer a derrota. Demorou para repudiar os atos provocados por pessoas descontentes com a derrota dele. Ele e seus militares mais próximos, além de não desmobilizarem, incentivaram por baixo do pano os acampamentos em frente aos quartéis.

E não foi só isso. Ainda antes do processo eleitoral fez tudo para desqualificar o sistema eleitoral brasileiro, referência mundial e seu silêncio depois do resultado da eleição foi entendido que era a senha para que muitos acreditassem que era possível reverter a decisão da maioria do eleitorado brasileiro, nem que fosse pela força, por uma “intervenção militar com Bolsonaro no poder”.

Este caldo de cultura culminou com o 8 de Janeiro, que, se não houvesse uma reação imediata das autoridades constituídas, como houve, poderia desembocar no que os que os golpistas queriam.

É sobre isso a última operação da Polícia Federal, que pode culminar com a prisão do ex-presidente e seu entorno. Importante dizer que muitas das provas foram produzidas por eles mesmo ou foram descobertas graças a pessoas muito próximas, como o tenente coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do presidente.

Cerca de 100 deputados federais anunciam presença no ato, além de senadores, governadores – entres eles, o catarinense Jorginho Mello (PL), prefeitos e outros políticos. Todos eleitos pelo mesmo sistema eleitoral que Bolsonaro contesta.

Mas, contraditoriamente, o ato é pela defesa da Democracia, bradam as lideranças, que tem o controvertido pastor Silas Malafaia como uma das figuras de proa do ato.

Vai ter um caráter simbólico, pela multidão que as fotografias vão registrar do ato. Mas, antes de mostrar força, quem organiza o movimento tem cautela, pois sabe que uma palavra fora da ordem, uma manifestação extremista, pode acelerar uma processo que está em curso. Em 7 de setembro de 2021, Bolsonaro disse, com todas as palavras, que não ia mais respeitar as determinações do ministro Alexandre de Moraes, afrontando o STF.

Duvido que repita a dose.

2 Comentário

  1. Esses”políticos” comparecerão na Paulista com o dinheiro do povo???.

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