Sinais de fragilidade na Frente Democrática em SC

Fotos: reprodução

O cancelamento da visita do ex-presidente Lula (PT) a Santa Catarina, faltando três dias para a data anunciada, gera muitas especulações e reforça a tese que ainda falta muito para a unidade da Frente de oito partidos montada no Estado, além de um sentimento de desconfiança sobre como seria a recepção ao pré-candidato à Presidente da República petista em solo catarinense.

No primeiro momento, a vinda de Lula alardeada com pompa era para dois dias, depois ficou para um, apenas em Florianópolis, até o seu cancelamento, cuja as versões oficiais são atribuídas a questões relacionadas a logística.

Mas tem muito mais embaixo do tapete. Há um incômodo com relação ao protagonismo que vem sendo adotado pelo presidente do PT estadual, Décio Lima, pré-candidato ao Governo. Gente dentro do seu partido e, em especial, fora dele, entende que Décio monopoliza as negociações, não abrindo espaço para as outras lideranças, tentando se cacifar como o comandante da chapa majoritária.

Nesta segunda-feira, o presidente do PSB em Santa Catarina, o ex-petista Cláudio Vignatti, se manifestou de forma mais contundente, ainda antes da decisão de suspender a agenda do presidenciável em Santa Catarina. Foi na Rádio Som Maior, para os colegas Adelor Lessa e Upiara Boschi. “É preciso ter uma democracia na frente. Não pode ter um monopólio de uma única pessoa. Nem os deputados do partido dele estavam envolvidos no processo. Precisamos que o Décio trate com mais carinho todos os partidos e essa relação política. Não pode ter o monopólio de uma pessoa sobre um presidenciável”, disse, deixando claro o incômodo.

Na mesma rádio, minutos depois, Décio Lima ainda confirmava a vinda de Lula, minimizava as criticas de Vignatti e defendia a definição do pré-candidato ao Governo da Frente nesta semana, como estaria pré-agendado conforme ele afirmou.

Com o senador Dário Berger, pré-candidato do PSB ao Governo, recuperando-se de uma cirurgia, havia um incômodo com a possibilidade da vinda do presidenciável à SC sem a definição do candidato ao Governo. Vignatti chegou a dizer que tem gente forçando o debate, numa clara referência a Décio Lima.

Na entrevista que fiz com o ex-presidente Lula, junto com o colega Paulo César, em dezembro do ano passado, questionei sobre as dificuldades do PT em Santa Catarina, com grande rejeição. O pré-candidato à Presidência sinalizou que um dos problemas era as divergências internas, com grupos medindo forças, uma situação histórica na sigla, segundo Lula.

Parece que o problema persiste, agora com outras siglas.

 

 

 

1 Comentário

  1. Não sei pra que tanta dúvida nem um dos dois ganha em Santa Catarina.

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