O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, em Florianópolis, em investigação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022.
A prisão do ex-diretor-geral faz parte da Operação Constituição Cidadã, que cumpre 10 mandados de busca e apreensão contra agentes da PRF, que trabalharam com Silvinei, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
De acordo com as investigações, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro, dia da eleição no segundo turno. A PRF realizou mais de 500 operações de fiscalização de transporte de eleitores em diversas estradas do país, ações que foram suspensas após pedido da Justiça Eleitoral.
Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país.
A prisão de Silvinei vem no dia seguinte ao depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança do governo Bolsonaro, Anderson Torres, na CPI dos Atos Antidemocráticos de 8 de janeiro. A ação da PRF nas eleições foi um dos fatos mais questionados pelos parlamentares.
Silvinei Vasques foi dispensado do cargo em dezembro do ano passado, e no mesmo mês ganhou aposentadoria voluntária da PRF, mesmo com apenas 47 anos. Era cotado para ser candidato a prefeito em São José, na Grande Florianópolis, e foi sondado para ser secretário de Segurança do Governo Jorginho Mello (PL).
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