Opinião | Quando o Congresso vira capacho: de joelhos para Trump, Bolsonaro e até para carioca querendo vaga em SC

Imagem gerada com IA

Se tem algo mais vergonhoso do que a dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos, é a vassalagem política de parte expressiva do Congresso Nacional. A submissão beira o ridículo: parlamentares que juram defender a pátria, mas vivem repetindo como papagaios os discursos da extrema direita americana. O auge dessa humilhação foi a cena patética de congressistas brasileiros bajulando Donald Trump e transformando a família Bolsonaro em “embaixada paralela” dos interesses de Washington em Brasília.

Não é exagero: enquanto o Brasil queimava na pandemia, em vez de buscar soluções próprias, boa parte do Congresso se ajoelhava para a cartilha trumpista — negacionismo, fake news, culto à ignorância e submissão cega a interesses estrangeiros. O slogan “Deus, pátria, família e liberdade” virou cópia barata do manual norte-americano de manipulação, importado com gosto pela turma bolsonarista. A independência do Brasil foi rifada em troca de uma foto sorridente ao lado do ídolo laranja de peruca.

E aqui cabe o paralelo incômodo: em Santa Catarina, existe o risco real de um senador carioca ocupar a cadeira que deveria representar os catarinenses. O raciocínio é o mesmo da vassalagem a Trump: trocar os interesses da coletividade por um projeto pessoal. Assim como o Congresso preferiu bajular Washington em vez de pensar no Brasil, corremos o risco de ver um político “de fora” usar o Estado apenas como trampolim para sua própria ambição, deixando saúde, infraestrutura, educação e cultura catarinenses em segundo plano.

É importante deixar claro: não se trata de xenofobia nem de bairrismo. Santa Catarina sempre esteve de braços abertos para migrantes e imigrantes — italianos, alemães, açorianos, haitianos, venezuelanos, todos ajudaram a construir a riqueza e a diversidade cultural do Estado. O que está em jogo não é a origem do candidato, mas a lealdade aos interesses de quem vive aqui. Representar Santa Catarina exige compromisso com o povo catarinense, não com projetos pessoais ou agendas importadas.

Santa Catarina não pode aceitar virar laboratório de projetos importados, seja da família Bolsonaro, seja de oportunistas em busca de foro privilegiado. O povo catarinense merece um Senado que defenda o Estado, não um balcão de negócios particulares. Da mesma forma que o Brasil não pode viver de joelhos para Trump e sua cartilha de atraso, SC não deve se ajoelhar para aventureiros que tratam o eleitor como massa de manobra.

Porque no fim, a lógica é sempre a mesma: quando a política se rende a interesses externos ou pessoais, quem paga a conta é o povo.

Marco Antônio André, advogado e ativista de Direitos Humanos

4 Comentário

  1. A Santa Catarina deve estar envergonhada, ver seu Estado ser transformado no Rio de Janeiro. E o povo catarinense aceita numa boa !!! Por que eles não fazem isso no Paraná ou Rio Grande do Sul. Simples, o povo não aceita esse tipo de coisa…. só os catarinenses!

  2. Melhor ter os EUA como parceiro do que se ajoelhar para a China como faz o atual presidente .
    Melhor ter os EUA como parceiro do que ser parceiro do PCC .
    Melhor ter os EUA , maior economia do mundo como parceiro do que financiar a ditadura da Venezuela .
    Quando será que os ideologistas de esquerda vão acordar .

  3. Gostaria que o nobre colunista opinasse a respeito da ex-senadora e deputada Ideli Salvatti, que é nascida em SP em 1952, e em 1995 com 43 anos se elegeu deputada por SC. Fico no aguardo da sua opinião sobre ela.
    Acredito que o ex candidato a vereador pelo PT não terá coragem para me responder, mas espero.

  4. Ideli Salvatti morava e trabalhava em SC como professora e por consequência eleitora nesse Estado, logo não há comparação.
    Cerpas pessoas continuam chafurdando no lodo da mesquinhez e da visão tacanha. Ignoram a história e se dobram ao império decadente como meros capachos. São apenas vassalos dos Tio San. O nosso país não se verga para figuras metidas a reizinhos do mundo. Faz negócios com todos que praticam a política da boa vizinhança e repeitam a autodeterminação dos povos.
    Chega de se ajoelhar aos imperialistas que pregam guerra e a discórdia. Viva a multilateralidade, com respeito mútuo.
    Os que ladrão, a caravana passa.

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