Partido NOVO passará a usar juros do Fundo Partidário; confira a posição dos eleitos de Blumenau e região

O Partido Novo aprovou na última terça-feira, 28, durante Convenção Nacional, mudanças no estatuto, visando as eleições municipais de 2024. Com a aprovação de 85% dos convencionais, ficou aprovado a utilização dos recursos provenientes dos rendimentos do Fundo Partidário.

O Novo sempre se posicionou contra receber os recursos do fundo partidário anualmente, que tem direito desde 2015. Não usa os recursos, mas o o dinheiro fica depositado numa conta do Banco do Brasil. Segundo o g1, em setembro de 2022, quase R$ 94 milhões oriundos do fundo partidário estavam aplicados. A sigla argumenta nunca ter devolvido os recursos porque, ao retornar ao Tesouro, poderiam ser redistribuídos a outras legendas.

Para Eduardo Ribeiro, presidente do Novo, a mudança representa um amadurecimento do partido.

Em Blumenau o Novo tem dois vereadores, que também sempre se posicionaram contra a utilização de recursos públicos.

Diego Nasato diz ainda estar avaliando as mudanças. “Não tenho opinião formada, mas os argumentos apresentados são coerentes”, afirmando que desde o surgimento efetivo do partido houve muitas mudanças no sistema de financiamento de partidos e campanhas e surgiu o Fundo ELEITORAL. Além do mais, “os mecanismo de financiamento privados (defendidos pelo NOVO) foram dizimados pelo establishment. Isso inclui o fim das doações de pessoas jurídicas e principalmente, o limite de doações pessoa física em 10% da renda declarada no ano anterior.”

Para Nasato, a mudança feita ainda em 2016, “foi a pá de cal em nosso modelo de financiamento. E finaliza. “A mudança é drástica, mas faz parte do amadurecimento de nossa instituição. Temos os melhores quadros e as melhores ideias, não podemos deixar um preciosismo acabar com isso.”

O outro vereador da sigla, Emmanuel Soares, o Tuca, diz ser contrário à utilização de recursos públicos para o financiamento do partido, “assim como 100% do nosso quadro de mandatários, filiados e apoiadores”. Diz que o NOVO não está realizando essa ação por opção ou por ter mudado de entendimento, mas sim por necessidade.

Afirma que os “políticos”, a cada eleição, aumentam os valores do financiamento público de campanha e indica a necessidade de combater uma esquerda, representada pelo PT, que dispõe, segundo ele, de mais de 500 milhões de reais só de fundo partidário. E finaliza dizendo que a “entrega” dos representantes do NOVO é superior a dos demais políticos.

Além deles, o único deputado federal eleito pela sigla em Santa Catarina é de Pomerode, Gilson Marques.

“Eu continuo com a minha posição e acho que dinheiro público deveria ir para as áreas essenciais, mas respeito a decisão dos nossos dirigentes. Desde a fundação do NOVO, a legislação tem mudado constantemente, restringindo cada vez mais as doações privadas e aumentando de forma abusiva o financiamento público. Vale ressaltar que o valor que será utilizado são os rendimentos do fundo partidário e não o fundo em si, o que ainda deixa o NOVO a anos-luz de distancia dos partidos que usam e abusam desse recurso e votam sempre para aumentá-lo. Eu continuarei votando para diminuir esse valor e, se possível, extingui-lo”,afirmou.

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