Opinião | Responsabilidade. Afinal, minha, sua ou nossa?

Foto: reprodução

Móveis, plásticos, pneus, restos de podas de árvores e de construção civil. Esses são alguns dos objetos descartados de forma irregular às margens das rodovias, terrenos baldios ou ruas menos movimentadas e com pouca visibilidade. A prática, considerada crime ambiental, atinge principalmente o meio ambiente, mas também impacta na saúde pública. Chamar atenção para esse assunto ainda em 2021 não me parece justo, pois com tanta informação fica difícil acreditar que um cidadão seja capaz de, ainda, jogar lixo na rua.

A superintendência do Meio Ambiente de Gaspar, por exemplo, só neste ano registrou até o momento 80 denúncias desse tipo. No ano passado foram mais de 100. O descarte irregular de lixo está no podium das reclamações registradas. Recentemente um morador da rua Germano Junkes, no Belchior Baixo, trouxe à tona um novo ponto de descarte. Agora, além dos materiais populares conhecidos que são despejados, temos também o gesso. Durante a madrugada quando todos estão descansando, um caminhão descarta o resíduo na rua, que fica próxima da BR 470. Infelizmente, sem algum tipo de prova, fica difícil conseguir fazer uma denúncia e aplicar a multa que passa de R$ 1.200, podendo dobrar se o lixo estiver jogado em áreas de preservação permanente (APP).

Por conta da obra da duplicação essa via vem passando por alterações no seu curso e, por esse motivo, dia desses, a empresa que está trabalhando no trecho 2 da duplicação acabou recolhendo e fazendo a limpeza no local já que precisavam mexer e utilizar aquele espaço. Porém, pasmem! Não durou duas semanas limpo. Como você leitor pode observar na foto, o indivíduo cometeu novamente a infração. O que ele não contava é que o morador, inconformado de ter sua rua feita como lixeiro, vasculhou os resíduos e encontrou algumas notas de empresas entre os destroços. Agora, essas notas vão ajudar e servir para uma investigação até encontrar e responsabilizar quem está comentendo esse crime.

No Brasil, segundo estimativa da Associação Internacional de Resíduos Sólidos, o tratamento de doenças provocadas pela exposição ao lixo descartado de forma inadequada custou aos cofres públicos cerca de US$ 370 milhões só em 2015. Lamentável, não? Pois é, esse valor poderia ser utilizado em muitas outras ações. Gaspar foi apenas um exemplo próximo. Na região, no estado e no país são inúmeros os casos de descartes todos os dias. Nem tudo é responsabilidade da prefeitura ou do político. É preciso que a população tenha consciência, se atente e traga a responsabilidade pra si. É preciso fazer o mínimo como cidadão. Enquanto acreditarmos que tudo é dever do outro e nada nosso, não vamos pra frente. Repito: responsabilidade. Afinal, minha, sua ou nossa?

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