Opinião: o filho órfão do gigante que acordou

O Movimento Brasil Livre (MBL) surge no Brasil naquela histeria coletiva que se iniciou em 2013. Surgiu na esfera nacional nas manifestações do 20 centavos e nas manifestações públicas que diziam lutar contra a corrupção e contra o comunismo.  Tratado pela mídia como uma novidade política, apresentava-se como um movimento apolítico e antissistema. Porém, sempre representou o atraso e mais do mesmo; seus integrantes colecionam equívocos no que se refere a ciência política.

O MBL nasceu como um fenômeno de internet e de redes sociais, tal como o bolsonarismo, irrelevantes sem a alavanca de plataformas como o YouTube. Com o passar do tempo, também se tornou uma máquina de escândalos políticos e jurídicos. Numa dinâmica de canal de internet, suas pautas são sempre de sensacionalistas e conteúdo moralista, guiando-se pelos números de likes.  As suas bandeiras no passado iam da luta pelo Escola Sem Partido, contra o comunismo no Brasil, até a censura de exposição de arte. Lembra do Queermuseu? O MBL estava lá defendendo a moral e os “bons costumes” da sociedade contra os “artistas comunistas”! Membros do MBL também invadiram escolas em busca de “professores doutrinadores” e até hospitais em pleno pico da pandemia de Covid para buscar supostos “leitos vazios” e questionar médicos maquiavélicos que maquiavam números para angariar mais verbas do Ministério da Saúde. Loucura?! Não, sempre com uma câmera na mão para forjar um suposto flagrante e alimentar seus currais eleitorais.

Sempre falantes, nos últimos 30 dias, dois dos seus principais expoentes foram pegos pela boca. Kim Katiguiri defendeu em podcast que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista. Agora, Artur Moledo DoVal, o “Mamãe Falei”,  teve áudios expostos nos quais se refere às mulheres ucranianas de forma machista, sexista e racista.  O Deputado Estadual Paulista é o retrato do encolhimento do movimento.  Em 2018 elegeu-se com 478.280 mil votos. Em 2020, o youtuber foi apenas o 5⁰ colocado nas eleições para prefeitura de São Paulo.  Agora, nas pesquisas para o governo de São Paulo, figurava entre os candidatos que tinham menos de 1% de intensões de votos.

Mesmo que sua desistência da candidatura ao governo paulista esteja sendo comemorada por parte da esfera política, pouco deve interferir no cenário atual. Ela diz mais sobre o ano de 2018 e as bizarrices eleitas naquele na esteira de 2013.   Mamãe Falei, MBL e seus variantes são herdeiros do gigante acordado de 2016. Despolitizado, não entendeu nada a bagunça que fez e voltou a dormir. Seus filhos embalados pela mídia, pelo ódio e pelo desejo de poder, agora vagam pela internet espalhando desinformação, Fake News e tentando chamar atenção de incautos.

4 Comentário

  1. São os verdadeiros responsáveis por toda desgraça que aconteceram o Brasil desde o golpe contra Dilma .Aos poucos todos estão deixando a máscara cair.

  2. Muito boa análise. Parabéns!!

    A lamentar que essa é a realidade a que nos submeteu e ainda persiste de uma dita “direita” ou “conservadorismo” que busca se manter no poder e que ainda conta com apoio da quase totalidade da midia e da elite empresarial, além da maioria dos USURPADORES de pulpitos para MERCAR A FÉ.
    Nesse sentido alguns não serão reeleitos, serão substituidos, só isso!

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