Opinião | O escola sem partido foi pra cadeia…

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Reprodução

A notícia política deste dia vinte e dois de junho foi a notícia da prisão de três pastores evangélicos. Um deles foi ministro da educação (MEC) no governo do capitão. O que ficou mais tempo no cargo no mais importante ministério do governo federal. Milton Ribeiro é acusado de terceirizar o MEC para pastores evangélicos. Estes, despachavam num hotel em Brasília recebendo prefeitos do interior que, mediante o pagamento de propina aos religiosos, tinham liberado seus pedidos de investimento junto ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) Segundo gravações vazadas na imprensa, o pedido de propina incluía até barras de ouro.

Milton Ribeiro foi o terceiro Ministro da Educação da era Bozo. Sim, com pouco mais de três anos de governo a pasta já contabiliza cinco titulares. O pastor evangélico chegou ao ministério para substituir o estridente Abraham Weintraub, que por sua vez substituiu o vagaroso Ricardo Vélez Rodríguez. Estes dois primeiros, foram indicações do finado astrólogo e guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho.

Antes de escolher Milton Ribeiro, Bolsonaro nomeou Carlos Alberto Decotelli para o comando do Ministério da Educação. Mas este sequer conseguiu assumir em razão do constrangimento gerado por um conjunto de informações falsas em seu currículo reveladas pela imprensa.

Já o quarto e agora investigado por corrupção, chegou ao ministério pelas mãos da chamada bancada da bíblia. Pastor presbiteriano e ex-reitor da Mackenzie, Milton Ribeiro foi a realização do sonho da bancada que há anos sonhava em controlar a política de educação do país. Claro que agora, os políticos e pastore que o indicaram, negam parentesco com o irmão.

O comum entre a trinca está o fato que tanto os olavistas como o evangélico se propunha a levar a cabo a guerra cultural contra a esquerda marxista. Chegaram ao poder nas ondas do Movimento Escola sem Partido. Uma iniciativa que pretendia impor o controle dos conteúdos ensinados pelos professores. Os defensores da proposta justificavam que a iniciativa era uma tentativa de impedir que professores utilizem-se da audiência cativa de seus estudantes para impor-lhes suas preferências políticas e ideológicas.  O chamado “escola sem partido”, virou “MEC e nossa igreja” e agora nossa cadeia está sem partido.  Tiveram tanto sucesso na empreitada que em 2019 o grupo suspendeu suas ações.

O antropólogo Darcy Ribeiro, dizia que a crise na educação brasileira não é uma crise, mas um projeto. No governo dos milicianos, esse projeto alargou-se. O governo Bolsonaro na educação ficou marcado pela ausência. Sim, ausência e projeto é o próprio projeto. Um governo eleito com base em Fake News e delírios ideológicos, e contra o saber científico. O passivo deste descaso será alto. Um triste saldo para a atual e futuras gerações.  Uma verdadeira balbúrdia.

1 Comentário

  1. Pastor evangélico. No púlpito aconselha os cristãos a não roubar, não matar, não odiar, enfim, mas, ele faz tudo ao contrário… roubar da educação merece dois castigos… não é à toa que a juventude atual já despreza a religiosidade, pois no governo Bolsonaro estamos vendo as barbaridades que fazem esses pastores evangélicos. Estudei o primário em escola evangélica presbiteriana, frequentava os cultos, e gostava das palestras e conselhos… Tudo mentira, falaciosos, parasitas, Governo este que não tem moral nenhuma em querer expor os fracassos, e roubos de administrações anteriores..Pior, usando a religião como forma de alavancar este governo tão sujo como o anterior…VERGONHA…um pais onde o Ministro da Educação é preso???… Farei de tudo para que meus filhos não fiquem nesta repúbliva de BANANAS…fica da picada..

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