Opinião | O debate da Globo: ninguém ganhou ou perdeu, nem quem ganhou nem perdeu

Foto: Marcos Serra Lima/g1/Reprodução

Bolsonaro (PL)

Ajudado por dois escudeiros, Padre Kelmon (PTB) e Felipe D’avila (NOVO) passou de largo no debate, com o discurso de que não houve corrupção no governo. Teve duas oportunidades de fazer perguntas para Lula (PT), mas escolheu como debatedor o Padre e o candidato do Novo. Sobrou fake news e lacração de direita.

“Que é contra a ideologia de gênero, contra o comunismo e etc…”

Falou para o cercadinho. Não creio que ganhou voto.

Ciro (PDT)

Mais uma vez não foi o brilhante comunicador que conhecemos. Tomou uma invertida de Lula já no primeiro bloco e ficou procurando a bola durante boa parte do jogo. Já no final do evento, ao debater por uma segunda vez com Lula, foi ameno com o petista. O que pareceu um comportamento dúbio.

Não ganhou voto, falou para a sua militância.

Felipe d’Avila (NOVO)

Se alguém tinha dúvida das afinidades do Partido Novo com o bolsonarismo depois de ontem não tem mais. Atuou como linha auxiliar do presidente. Assim como no debate do SBT, passou pano para Bolsonaro (PL) sobre orçamento secreto.

No embate direto contra Lula (PT), demonstrou não ter conhecimento dos problemas reais do Brasil. Porém, o momento mais revelador foi quando, falando sobre combustíveis, como liberal não censurou a intervenção de Bolsonaro na Petrobras.

 Lula (PT)

Foi muito melhor que o debate da Band. Teve bons momentos contra Ciro (PDT) Simone (MDB) e Felipe d’Avila (NOVO). Como líder da pesquisa foi o mais atacado. Foi bem na maioria dos blocos, derrapou no terceiro bloco contra o padre. Mas naquela altura do debate, todo mundo já estava de saco cheio com o religioso. Lutando contra cinco, no fim arrancou um empate.

Padre Kelmon (PTB)

É impressionante a fragilidade do jornalismo brasileiro. Depois de mais de uma semana do aparecimento desta figura, não conseguiu responder de onde surgiu essa figura tão nociva à democracia.

Simone (MDB)

Do ponto de vista da comunicação foi bem. Não é ponteira nas pesquisas e não apresenta risco para ninguém, o que lhe garante o conforto de não ser confrontada. Privilégio que faz parecer propositiva. Sobre as propostas apresentadas, assumiu-se como uma neoliberal raiz, trocou afagos com Felipe d’Avila (NOVO), deve ter roubado uns votinhos do banqueiro. Não creio que perdeu votos.

Soraya (UNIÃO):

É o padre Kelmon da Simone Tebet (MDB). Só faltou levar uma maçã para sua ex-professora!

Chegou a oferecer tempo de resposta à candidata do MDB. No embate com o padre chegou a produzir vários memes divertidos, mas demonstrou não ter proposta séria. Se atrapalhou no embate com Bolsonaro, quando o presidente mostrou um documento da ex-aliada pedindo cargos no governo.

Debate sozinho não define eleição. Sobretudo nesta eleição com as intenções de votos fortemente cristalizadas. O resultado do debate vai depender da leitura que analistas e campanhas vão construir de hoje até domingo. Nas redes sociais e nas bolhas ideológicas, os recortes e diferentes leituras devem superar os memes de Soraya e Kelmon

1 Comentário

  1. Lula na frente das pesquisas …onde ?

    O debate foi excelente para mostrar parte da verdadeira cara de LULA , me admira um ladrão ter fã .

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