A Argentina acaba de dar uma aula do que não se faz numa democracia que pretende durar. O presidente Javier Milei saiu vitorioso nas urnas legislativas e garantiu boa parte dos parlamentares eleitos sob o guarda-chuva do seu partido, conquistando uma maioria confortável no Congresso (Agência Anadolu).
Mas a vitória veio com um dado vergonhoso: apenas 67% dos eleitores foram às urnas, o menor comparecimento desde 1983. Um terço da população desistiu de votar. Democracia fraca é assim — quem se ausenta dá poder a quem se organiza.
E poder demais concentrado em um só discurso é o caminho mais curto para o autoritarismo elegante, aquele que não precisa de tanques, só de aplausos.
No Brasil, a lição é clara: 2026 não pode virar uma eleição de fã-clube. Democracia não precisa de seguidores, precisa de equilíbrio. Precisamos de deputados e senadores que pensem o país, criem políticas públicas e enfrentem os problemas reais — não de parlamentares treinados para aplaudir o chefe do Executivo ou fazer birra em nome de autoproteção.
O Legislativo não existe para ser cúmplice do poder, mas para fiscalizá-lo. E quando o Parlamento se transforma em plateia, o resultado é previsível: o povo paga o ingresso mais caro, sem direito a reclamar do espetáculo.
A abstenção argentina serve de espelho e de alerta. Se o Brasil continuar cansado, desinteressado e descrente, 2026 pode repetir o mesmo roteiro: pouca gente decidindo o futuro de todos.
Não basta escolher quem vai sentar no Planalto. É preciso decidir quem vai pensar, legislar e defender o interesse público. Porque um país sem Parlamento atuante não tem democracia — tem palco.
Marco Antônio André, advogado e ativista de Direitos Humanos






Com certeza o brasileiro vai as urnas em 2026 para podermos voltar a ter democracia neste pais e não democracia da toga ou relativa.
Esperamos que os votos sejam devidamente computados , exatamente como o eleitor votou e se possível com urnas auditáveis .
Os lunáticos continuam a ruminar. A dissonância cognitiva pegou pra valer. Aguardem mais 72 horas.
Sr. Marco, é bom se instruir melhor e não colocar números errados na cabeça do leitor.
O número de”Isentoes” no Brasil, que deixam de votar não é diferente da Argentina.
É bom ficar com medo, pois Povo Brasileiro vai sim eleger um Congresso muito Conservador.