Opinião: meu amigo Paulo França

Foto: Governo SC

Nesta minha jornada de mais de 30 anos de jornalismo, me orgulho de ter uma boa relação com a grande maioria das minhas fontes na área política. Conto nos dedos de uma mão os desafetos, muito mais por eles do que por mim.

Mas ao mesmo tempo que tenho está boa relação, tenho poucas amizades na área, amizades mesmo, que neste caso podem ser contadas nos dedos das duas mãos.

Uma delas é o engenheiro Paulo França. O conheci quando cheguei em Blumenau no ano 1993. Sim, lá estava ele como secretário de Obras da Prefeitura de Blumenau, na época comandada pelo prefeito Renato Vianna (PMDB). Lembro quando abriu uma cratera na rua Namy Deeke, num túnel que ligava a então Loja Royal e o estacionamento do outro lado, interrompendo a via por muito tempo. Era ele a fonte.

Sempre atendeu bem a imprensa e comigo não foi diferente.

Paulo França perpassou vários Governos e o que deveria ser enaltecido virou motivo de críticas fortes norteadas pelo senso comum de quem conhece pouco. Se fosse na iniciativa privada e ele ocupasse postos importantes numa empresa ao longo de mais de três décadas, com dirigentes diferentes no comando, ele seria elogiado. Mas no setor público não, vira e mexe era alvo de falas oportunistas e sem conhecimento.

Paulo sempre se esforçou para fazer o melhor para Blumenau e eventuais dificuldades não podem ser colocadas na conta dele. Ele conhecia como ninguém os caminhos da burocracia do serviço público, nas diferentes esferas. Era muito respeitado e abria portas por conta disso.

Muitas importantes obras na cidade tiveram sua participação, de uma forma ou outra.

Como político, era um conciliador, homem do diálogo, mas ruim de voto. Com posições firmes, conversava com todos e se preocupava com os seus parceiros de partidos, numa relação que muitas vezes foi de pai para filho. Assim comandou o MDB de Blumenau durante mais de vinte anos.

Como amigo, era um homem disposto a te ouvir, a falar depois de ouvir e contar boas histórias quando o momento pedia.

Sua passagem, construindo uma família linda que ele tanto amava, deixará muita gente órfã politicamente.

Vai fazer falta.  Blumenau perde um grande cara, que veio de Curitiba para construir sua história aqui.

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