Opinião | Memes, comunicação e as eleições de 2022

Foto: g1

A eleição de 2022 mal começou e já vem rendendo bons memes. Se tem algo melhor que jingle brasileiro, são as piadas que a internet faz com os candidatos e digo piadas que não desrespeitam raça, orientação sexual ou crença religiosa, mas sim das gafes em debates ou entrevistas. Nos 45 dias de campanha vamos poder acompanhar muito as redes sociais, portais e televisão e extrair aquilo que é bom, separar o que é ruim e, obviamente, rir das falas que não fazem sentido, como foi o caso da candidata ao governo do Piauí, Lourdes Melo (PCO).

Ela ficou conhecida nas redes sociais depois de participar do debate realizado nesta terça-feira, 16, pela TV Cidade Verde. No momento em que ela deveria fazer uma pergunta a um dos concorrentes começou a falar de si e foi então que o mediador interrompeu a candidata que retrucou ao jornalista: “Ah, você quer me calar?”. Eu perdi a conta de quantas vezes dei repeat no vídeo, pois por mais óbvio que pareça, o mediador apenas estava fazendo o que lhe cabia, o trabalho dele. Foi engraçado!

Além desse meme brasileiro super original, agora começaram a circular outros. Fotos dos candidatos comendo pastel e bebendo caldo de cana, visitando estradas esburacadas, abraçando gente mais humilde e tantos outros mais. É interessante ver como a política do país vem seguindo um padrão. Entendo que os problemas sejam os mesmos com o passar dos anos, mas os marqueteiros estão tendo que se reinventar para ajudar os candidatos, pois pra alguns a dancinha do TikTok até cola, mas para outros não. Observando a parte da comunicação política é possível entender como cada candidato quer se mostrar diferente, mais humano, mais do povo, seja pelo estilo de fala ou roupa. O que não dá pra admitir é o candidato que fala que “não é político”. Tenha dó.

A gente vê que uma palavra muito utilizada no material em vídeo é: trabalho. Ou outra frase muito presente nos discursos: “com muito esforço…” Bom, no meu entendimento isso não é se aproximar da população, é falar mais do mesmo. Fazer o que o outro faz. É difícil conversar com o eleitor que já está saturado da política de uma forma geral, por isso entendo a dificuldade quem está sendo essa campanha seja para o novato ou para o veterano. O perrengue para chegar na casa do eleitor e ser bem recebido é tarefa difícil pra todo mundo.

Repito em mais uma coluna aqui no Informe Blumenau. Política é a única ferramenta capaz de mudar a vida das pessoas. Saneamento básico, segurança, saúde, educação, turismo, são pautas de todos os candidatos do país e do mundo. Antes de escolher é necessário entender o papel de cada um; o que faz um deputado estadual, o federal, senador, governador e presidente para não se frustrar depois. Mesmo na condição de política no atual momento da minha vida, também sou eleitora, sou catarinense e brasileira. Eu também voto e escolho.

Embora seja algo extremamente sério e que mexe com a vida das pessoas, as eleições podem ser leves. Não precisamos brigar com familiares e amigos. Vamos pensar, refletir, opinar quando necessário, respeitar a opinião do outro e rir dos memes. Sério. Vamos rir dos memes. Acompanhar o que se passa aqui, observar se é tudo estratégia ou se além disso há mais verdade. Acreditar que sempre tem alguém realmente tentando fazer a diferença. Então que a gente inicie por nós mesmos, fazendo diferente esse ano. Que tal antes de xingar um político, tu ler as propostas e o plano de governo dele? Pois se for para discordar, ao menos você tem argumentos. Bora?

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