Opinião: “Eram garotos…”

Foto: reprodução

Filho de operário, sonhava com dias melhores para si e seus familiares. A carreira militar é uma ótima opção. Embalado pelos discursos “nacionalista” e de “Brasil acima de tudo”, estava disposto a atender ao chamado da pátria e dedicar sua vida ao glorioso exército brasileiro. O período de apresentação no exército coincidia com tempos estranhos.

Depois de setenta de sete anos, a Europa assistia uma conflito armado em seu território. Na televisão e na Internet não se fala em outra coisa.  Como na final de copa do mundo, as redes sociais se dividem entre os que colocam filtro nas fotos de apoio à Ucrânia ou a Rússia.  Parece até que a direita e a esquerda neste momento concordam com a guerra. Dias em que “quem me deu a ideia de uma nova consciência e juventude está em casa guardado por deus, contando vil metal…” (Como Nossos Pais, Belchior, 1976)

Na Rússia e na Ucrânia, os ricos e endinheirados negociam nos palácios, enquanto seus jovens se matam no campo de batalha. Além do velho continente, são pelo menos 30 conflitos militares acontecendo em todo o mundo neste momento. O medo e a ansiedade da vida na caserna eram subjugados quando o orgulho estampava-se no rosto dos pais e dos familiares. Seria chamado agora de “o militar da família”.

Desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência, a carreira tornou-se ainda mais tentadora para os jovens. Diferente dos demais trabalhadores e servidores públicos, os militares não tiveram os aumentos e progressões de carreiras congelados. Também ficaram fora da chamada “reforma da previdência.”  A chegada do mito ao poder, também aconteceu na esteira da glorificação das armas e da cultura da violência. Tem até pastores evangélicos abençoando armas e munições!

O mito também trouxe de volta a inflação e a carestia. “Enquanto esses comandantes loucos, Ficam por aí queimando pestanas, Organizando suas batalhas, Todos os dias tem aumento de combustível, cada vez fica mais difícil “o pão, o arroz, o feijão, o aluguel…A cada conflito mais escombros” (Milho aos Pombos, Zé Geraldo, 1981).

Tempo loucos em que defender a paz ou o desarme da população virou coisa de gente que não é normal

Desde o Governo Temer, nossa gasolina é precificada para agradar companhias estrangeiras. Nossa economia já é globalizada, as grandes empresas que atuam na região são empresas estrangeiras. O governo nacionalista quer autorizar garimpo em terras indígenas. Quem são as empresas que vão explorar? Americanas e Canadenses.  Nossos aeroportos foram vendidos para estatais e fundos de pensão gringos. Os portos estão indo no mesmo caminho.

Então, pra que serve este nacionalismo todo? E o exército serve para quê? A vida dos jovens do vale do Itajaí serviu para quê? “Era um garoto e como eu, girava o mundo, mas acabou…” (Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rolling Stones, Engenheiros do Hawaii, 1990).

5 Comentário

  1. Pelo amor de DEUS , eu não li este texto …

    Utilizando uma tragédia para falar mal de um presidente , porque o “Cientista social” não se mudou para VENEZUELA ?

    Utilizar-se de uma tragédia para este fim é vergonhoso.

    Servi o exército, me orgulho disto , andei nos mesmos caminhões, subimos aquele morro dezenas de vezes, nada aconteceu. O que ocorreu foi uma tragédia.

    Respeite as pessoas , nem todos são tão ridículos como seu texto , respeite as famílias , respeite-se …

  2. Eu até tendo me segurar as vezes, mas tu fala tanta merda que chego a pensar que tens distúrbio mental. E não falo isso por ser de direita ou esquerda, é pela merda mesmo. Pelas falta de conhecimento tua, de como é servir, dos aprendizados, da família que se cria lá dentro. Quanto a tua pergunta, para que serve o exército, é possível perceber tua ingenuidade sobre a importância de se ter forças armadas treinada, dentre outras coisas, para defender a soberania nacional, ação em catástrofes, como a que ocorreu em Blumenau, e que o exército foi órgão fundamental. Nem entrarei no mérito das PMs, que por sinal a de SC é de longe a mais preparada do Brasil.

  3. Parabéns pelo texto. Quando o gado muje é porque foi na veia.

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