Opinião: da rua para a urna, os pets nas eleições

Foi-se o tempo que um tapinha nas costas do eleitor e um beijo na testa da criança de colo era o bastante para uma eleição. Com o mundo mais complexo e um país esquizofrênico, a lista de tarefas para conquistar um voto aumenta a cada rodada. Os candidatos estão dividindo tanto as pessoas em grupos e subgrupos que sobram opções de segmento para escolher um representante. Entre tantos, a presença dos defensores da causa animal nas urnas é perceptível.

Assim como os problemas do Brasil, ter um tema para chamar de seu está longe de completar as qualidades que o aspirante a um cargo eletivo precisa apresentar para resolver as diversas situações que tropeçamos em cada esquina.
Os pets deixaram o fundo do quintal de casa para gostosas sonecas na cama dos tutores. Humanizamos os animais em um nível impensável há 20 anos atrás. Algo que não é uma exclusividade nossa, verdade! Assim como no Brasil, no planeta inteiro um mercado nasceu e rapidamente foi expandido. Um novo comportamento social surgiu com cães e gatos no centro desta base de relacionamentos, formando comunidades de afirmações, inclusão e pauta de discussões. Os negócios andaram muito mais rápido e, posteriormente, a política começou a inserir uma pata no assunto. E nesta área ainda existe um campo imenso para avançarmos.

Uma porção de vontade e um outra de pesquisa basta para entender o que não faltam opções para aprimorar a proteção e bem-estar dos animais, as orientações aos donos de pets e até mesmo tornar o mercado melhor. Penso que a crueldade humana que negligencia os indefesos bichinhos é a mesma que deixa de assistir tantas mulheres, homens, idosos e crianças. Eu não tenho dúvida da semelhança: para mim, alguém que possui coragem de arrastar um cão, abandonar, também é capaz de matar um dos seus. A dor é a mesma, a barbárie também!

Mais uma vez vou repetir: uma pauta apenas não basta! Os desafios que um representante público enfrenta após eleito são maiores que defender somente uma causa. Mas, isso não exclui a importância de levar, por exemplo, o patudo em consideração na hora votar.

Do lado de cá, de quem possui um negócio no segmento pet, meu desejo é aplaudir alterações e cumprimento de leis. Que algumas das regras já estabelecidas sejam fiscalizadas e colocadas em prática e, outras, implantadas com urgência. Muitas das transformações são extremamente práticas e simples. Poucas exigem complexidade.

Entre tantas leis, algumas fico pensando como tutores e autoridades ignoram. O fracionamento de praticamente tudo, uma prática comum ao segmento, de alimento aos medicamentos, é algo que incomoda muito. A qualidade se vai, a enganação do consumidor vem…

Sobre medicamentos, questiono ainda como pode um médico ser proibido de possuir uma farmácia, evitando indicar o que possui na prateleira, e ao veterinário toda sorte de prateleiras cheias na porta do consultório. Além de um descontrole completo na comercialização de antibióticos, anabolizantes e tantos outros que na versão humana são fiscalizados em cada receita prescrita.

Nem é preciso votar para saber que as vidas dos pets seriam bastante diferentes se adotássemos medidas próximas das de países desenvolvidos. Todos, sem exceção, que venceram os obstáculos da causa animal incluíram medidas de esterilização pet e regulamentação para quem quer manter um cão e/ou gato. E aí inclui a proibição de venda de animais em pet shops e que canis/ gatis liberem os filhotes apenas após a castração, vacinação e chipagem. Além de uma forte legislação de regramento de como um pai de pet deve se comportar para garantir a posse.

Quando alguém bradar por defesa do bem-estar animal, pensando no nosso voto, imagino o que sorte terá capacidade de propor para melhorar a vida dos patudos e venceremos esta página triste da evolução brasileira.

1 Comentário

  1. Pronto, o cara ta fazendo um trabalho junto aos PETs e ja tem matéria contra o delegado, dizendo que é ação eleitoreira. Isso cheira a vingança, só falta exonerar a esposa dele, daí sim, vai ficar escancarado. aguardemos.

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