Opinião | A diversidade na eleição de 2024

Imagem: Cysneiros/Divulgação (@atelier.cysneiros)

Vai existir um momento que um preto retinto ocupará a cadeira mais importante do terceiro andar da prefeitura de uma loira cidade, como Blumenau. Chegará a hora que alguém da comunidade LGBTQIAPN+ estará governador de um Estado tão fechado nos pensamentos atrasados de costumes, feito Santa Catarina. Viveremos para acompanhar o laico Brasil eleger uma presidente que vive o candomblé, que é indigena, que consegue representar as raízes ancestrais de quem é de quebrada, de periferia, está esfolado, escravizado, que construíu e constrói o país.

Eu continuo sonhando com este novo tempo. Nesta pátria do futuro, sem herança, vantagens, colorismo, de realidade e igualdade. Pode ser que tudo isso não esteja, ainda, no horizonte. E, talvez, esta utopia, embora pareça muito distante, surpreenda ao surgir repentinamente como uma feliz transformação social profunda, seguindo o exemplo do que nasce, hoje, na França.

O que a certeza entrega, porém, é que 2024 trará um novo teste eleitoral para esta esperança. Mesmo mentalizando, desejando, trabalhando muito, possivelmente o racismo, a criminalização e o roubo de oportunidades dos mais humildes permanecerá.

Teremos que conviver, por mais um período, com perseguições irracionais, do tipo que o governador Jorginho fez com a major Lumen. Com casos, feitos reprováveis, de prefeitos presos por corrupção, de relacionamentos de eleitos, já idosos, com adolescentes.

As eleições municipais do ano que vem deve repetir a receita já conhecida: candidatos com jeito de limpinho, com cheiro de bacana, estilo de bom amigo… homens brancos, casados, com apoio de empresários. A história já é conhecida.

A próxima eleição promete… mais um tempo de luta por rostos que representem mulheres, pretas e pretos, deficientes, indígenas, favelados, produtores de cultura, gente de religião de matriz africana, lésbicas, gays e todos os excluídos.

Tarciso Souza, jornalista e empresário.

2 Comentário

  1. Quem é excluído ?Temos gays em diversos cargos na politica,temos lésbicas em cargos na política, temos índios em cargos na política, Pretos em cargos na polític,etc…etc…
    Comentário do jornalista me parece que tem tendência a esquerda…O país é diversificado temos até ex presidiário na presidência.

  2. Essa é a triste realidade de um estado que se considera diferenciado…

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