
O Informe Blumenau sempre questionou as medidas de segurança propostas e implantadas depois do triste episódio do atentado a creche Cantinho do Bom Pastor, no começo de abril, mas entendeu que havia um “clamor” da população para que medidas fossem tomadas. Em Blumenau, a primeira delas, viabilizada em uma semana, foi a contratação de um vigilante armado para cada unidade de ensino.
Na sessão desta terça-feira, o vereador Professor Gilson (Patriota) usou a tribuna para mostrar a substituição do muro da Escola Fernando Ostermann, no bairro Boa Vista. O muro era uma reinvindicação antiga da comunidade, pois estava com uma parte comprometida na sua estrutura, o que provocava riscos para a comunidade escolar. Houve inclusive um grande ato político da Prefeitura, no dia 2 de junho, para a assinatura da ordem de serviço para obras que previam a “reforma da quadra existente, pavimentação interna em piso intertravado e construção dos muros de contenção e fechamento”. O que está entre aspas está no release da Secretaria de Comunicação.
Bom, as obras começaram, mas para surpresa, o muro se transformou em uma cerca, ou tecnicamente, um gradil, que deixa o interior do espaço visível. O vereador destacou que, desta forma, alguém mal intencionado, pode saber inclusive onde está o vigilante armado e que, em caso de atentado, ele pode inclusive ser feito do lado de fora, com uma arma de fogo. Lembrou que, na promessa da Prefeitura, sempre se disse a palavra “muro”.
“Com todo respeito, a escola fica vulnerável. O cidadão pode cometer o crime do lado de fora…”, frisando que as crianças vão acabar circulando perto da tela, ficando expostas. “Estou inconformado com isso”, desabafou Professor Gilson, que afirmou que o antigo e atual diretor não tinham detalhes do projeto, executado pela Secretaria de Educação.
Este é um assunto que eu, Alexandre Gonçalves, acompanho de perto, pois sou pai de duas crianças que estudam lá. Nunca se foi falado em instalação de gradil e sempre muro. Aliás, o projeto nunca foi apresentado para a APP e nem para a comunidade escolar. Confesso que, a ideia do gradil me atrai, mas é muito contraditório no contexto de “sensação de segurança” que tanto se fala.
Falamos com o secretário Alexandre Matias (PSDB) e ele diz que o projeto de engenharia civil é da Secretaria de Obras e que o gradil sempre esteve previsto para o local. Disse ainda que algumas literaturas de segurança e também especialistas recomendam que o espaço seja o mais visível possível para todos que estão de fora, em caso de uma emergência. E finaliza lembrando que um muro fechado não foi suficiente para evitar o atentado na Creche Cantinho Bom Pastor.
Seja o primeiro a comentar