O discurso do presidente Bolsonaro na ONU

Foto: Seth Wenig/AP

O presidente Jair Bolsonaro discursou na manhã desta terça-feira na abertura da 74ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque (EUA). O primeiro pronunciamento de Bolsonaro como chefe de Estado no encontro.

O discurso foi bastante ideológico, com críticas ao socialismo, Cuba, Programa Mais Médicos, Venezuela, Foro de São Paulo, França, ideologia de gênero e o “globalismo” da ONU. Bem semelhante ao discurso olavista.

Sobre a Amazônia, o presidente afirmou ter um “compromisso solene” com a preservação do meio ambiente.

Não citou nominalmente Emmanuel Macron, mas não deixou de antagonizar com o presidente francês.

“A Amazônia não está sendo devastada”, afirmou o presidente, minutos depois de ter dito que a floresta estava “praticamente intocada”.

Criticou o que chamou de “ataques sensacionalistas” de parte da mídia. Para ele, qualquer ajuda internacional deve ser tratada com respeito à soberania brasileira.

“Valendo-se destas falácias, um país ou outro do mundo embarcou nas mentiras da mídia e se portou de maneira desrespeitosa e com espírito colonialista”.

Destacou ainda a riqueza da biodiversidade brasileira.

Tentando deslocar o eixo da autoridade indígena no país, criticou o cacique Raoni Metuktire, dizendo que não ampliará o percentual do território brasileiro com terras indígenas e que a “visão de um líder” não representa o pensamento de todos os índios do país.

Bolsonaro afirmou que, “muitas vezes”, líderes indígenas como o cacique, são “usados como peça de manobra” por governos estrangeiros. Não citou quais seriam os governos, mas recentemente, Raoni esteve com o presidente francês, Emmanuel Macron.

“O Brasil agora tem um presidente que se preocupa com aqueles que lá estavam antes da chegada dos portugueses em 1.500. O índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terá rica”, afirmou.

O presidente ainda defendeu uma “nova política indigenista” no país a fim de buscar “autonomia econômica” dos indígenas.

Em alusão às gestões petistas, fez críticas ao socialismo.

“No meu governo, o Brasil vem trabalhando para reconquistar a confiança do mundo, diminuindo o desemprego, a violência e o risco para os negócios, por meio da desburocratização, da desregulamentação e, em especial, pelo exemplo esteve muito próximo do socialismo”, disse.

De forma irônica, o presidente ainda criticou a eficiência do regime de Nicolás Maduro na Venezuela.

“A Venezuela, outrora um país pujante e democrático, hoje experimenta a crueldade do socialismo. O socialismo está dando certo na Venezuela? Todos estão pobres e sem liberdade”, afirmou.

Ainda neste assunto, lembrou a migração de venezuelanos. O governo brasileiro executa uma operação de acolhida, citada no discurso pelo presidente.

O presidente disse que, junto com EUA e outros países, o Brasil trabalha para restabelecer a democracia na Venezuela, sem deixar de ser empenhar “duramente” para que outros países da América do Sul tenham governos similares.

Falou sobre segurança pública, citando números sobre a morte de PMs. A morte da menina Ághata Félix no Rio de Janeiro não foi mencionada.

Na economia nada de muito novo. Falou sobre a abertura do mercado brasileiro, aliados e possíveis alianças.

Sergio Moro, que possui respeito internacional, principalmente dos formadores de opinião, foi o único ministro citado.

Por Fernando Krieger

2 Comentário

  1. Bolsonaro esqueceu de mencionar que houveram bem mais queimadas na Amazônia durante os governos golpistas anteriores e a Europa se calou!

  2. Correto o presidente nas suas falas , principalmente sobre a Venezuela , país outrora rico , agora sofrendo com o socialismo de repressores .

    E quem for da esquerda e não gostar , mude-se para a Venezuela , seria um favor .

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