No dia da Mulher, a estranha divisão na Assembleia Legislativa

Confesso que nos últimos quatro anos vi surgirem pautas que pensei já estavam vencidas na política – e até na sociedade -, embaladas por fake news e descaracterização da realidade. Até sobre se a Terra era realmente redonda houve questionamentos.

Na Assembleia Legislativa, neste Dia da Mulher, onde só há três representantes femininas num universo de 40 parlamentares, há um racha na pequena bancada feminina, que deveria trabalhar unida. Tudo porque a deputada mais votada da última eleição, Ana Campagnolo (PL), tem uma pauta antifeminista e relativiza todos os temas, importantes e recorrentes da causa feminina, como a presença da mulher no mercado de trabalho, na política, direitos iguais, combate a violência doméstica, entre outros. Faz questão de desdenhar todo um movimento, que inclusive, ao longo da história, a permitiu chegar onde chegou, por considerar que as pautas são de esquerda.

Do outro lado, as deputadas Luciane Carminatti (PT) e Paulinha (Podemos) buscam valorizar a data e as conquistas femininas, mas principalmente dar visibilidade as ainda enormes dificuldades enfrentadas pelas mulheres no dia a dia.

Ana se recusa a integrar a bancada feminina e propôs uma programação alternativa na Assembleia Legislativa neste mês destinado à mulheres. Nesta quarta-feira, promove o evento chamado “Escolhe, pois, a vida”, para debater sobre o aborto. Vai apresentar o resultado da CPI que investigou a interrupção da gravidez de uma menina de 11 anos, moradora de Tijucas, estuprada por um outro menino.

Interessante que na programação diz que o evento começa e termina com uma oração.

Já nesta terça-feira, por iniciativa da bancada feminina, Procuradoria da Mulher e Observatório da Violência contra a Mulher em SC, aconteceu um debate no plenário sobre os grupos focados para homens autores de violência, para tentar entender os impactos na eventual diminuição da violência.

A programação segue durante todo o mês, com temas sobre igualdade, mulheres e o racismo, movimento de mulheres camponesas e por ai vai. Confira a programação.

 

 

 

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