Cambridge Analytica sabia voto de usuários por meio do que eles vestiam

Mark Zuckerberg (dir.) depõe à União Europeia no começo deste ano: escândalo com Cambridge Analytica colocou o Facebook contra a parede frente às autoridades do Reino Unido e EUA

Ainda sobre o vazamento de dados, o informante por trás da denúncia e investigação do escândalo da agora falecida firma de coleta e análise de dados Cambridge Analytica disse que a empresa usou preferências de vestuário dos usuários do Facebook para ajudar a rede social na criação de algoritmos de direcionamento de mensagens políticas.

Christopher Wylie, ex-funcionário da Cambridge Analytica, mostrou à Bloomberg dados que mostravam, por exemplo, que quem vestia roupas da marca Abercrombie & Fitch tinha tendências ao liberalismo, ao passo que quem gostava da linha de jeans Wrangler mostrava preferências à “ordem” e conservadorismo. De forma resumida, respectivamente, eleitores do Partido Democrata e do Partido Republicano, nos EUA. Indo além dos vestuários e partindo para hábitos de consumo, leitores da revista Vogue tendiam ao Partido Democrata. O mesmo vale para consumidores de produtos da gigante varejista Macy’s.

Os hábitos de consumo dos usuários do Facebook, segundo Wylie, eram peça analítica importante no comportamento opinativo deles na rede social, o que por si alimentou a empresa de Mark Zuckerberg com dados que resultaram em algoritmos que determinavam qual mensagem seria apresentada para qual tipo de usuário.

A Cambridge Analytica faliu de vez no começo deste ano, após revelações de que a empresa segurou como refém uma quantidade massiva de dados de usuários do Facebook após um de seus pesquisadores na Universidade de Cambridge obteve tais informações sem as devidas permissões. O Facebook, ao descobrir o caso, pediu que a empresa expurgasse os dados, eliminando-os permanentemente, o que não foi feito. Ao invés disso, as informações detidas pela Cambridge Analytica foram usadas em direcionamentos e mensagens políticas durante períodos eleitorais no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Fonte: Bloomberg

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*