Depois de sonhar em virar o candidato oficial do bolsonarismo para governador em SC numa chapa que teria o empresário Luciano Hang como o candidato ao Senado, o prefeito de Chapecó João Rodrigues (PSD) encara a eleição estadual como uma cruzada em defesa do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao se colocar como coordenador da campanha de Gean Loureiro (União), na dobradinha com seu partido, condicionou a missão ao apoio ao presidente.
Foi assim no ato político que realizou em sua terra, Chapecó, na última quinta-feira.
No estado ainda mais bolsonarista do país, ir contra o presidente é quase um suicídio político, mas um pouco de coerência não faz mal a ninguém. E tenho certeza que os três nomes indicados a majoritária – Gean, Eron Chiordani e Raimundo Colombo – não concordam com a forma de fazer política do presidente. Num contraponto ao PT, talvez defendam Bolsonaro, mas são políticos experientes e profissionais que sabem do amadorismo na condução da nação.
Colombo, por exemplo, foi uma das vítimas da criminalização da classe política em 2018, movimento que fez brotar Jair Bolsonaro como protagonista. Eron Chiordani, que aprendeu a arte da política com o deputado Júlio Garcia (PSD), foi braço direito de Carlos Moisés (Republicanos), estando junto com ele quando este se afastou do presidente.
E isso vale para muitos outros políticos que estão na base da aliança entre União Brasil e PSD.
E, além da questão política, tem também o que dizem as pesquisas internas, pois o risco de morrerem abraçados é grande se colarem da forma que João Rodrigues quer impor.
Gean Loureiro é o novo Doria, projeto de ditador.
Se o povo de SC for tonto à esse ponto para elegê-lo, estamos ferrados.
Votaria em João Rodrigues, mas no Loureiro nem pensar.