Audiência esvaziada, mais importante, sobre o futuro do Issblu

Foto: Rogério Pires/CMB

Está claro que o governo municipal — seja este ou os outros que passaram pela Prefeitura nas últimas décadas — não tem interesse em debater sobre o Issblu, o instituto de seguridade social do servidor público municipal de Blumenau. É assim nas constantes votações relâmpago de parcelamentos de débitos e foi assim na recente sessão de votação que reparcelou os débitos da Prefeitura com o instituto.

E foi assim na audiência pública realizada pela Câmara Municipal nesta quinta-feira, 17, à noite, proposta pelo vereador Professor Gilson (União) e acatada pelo conjunto de vereadores. Não havia representante da Prefeitura e nem o presidente do Issblu, indicado pelo Poder Executivo, esteve presente.

Em tempo: o diretor-presidente do Issblu, Anderson Rosa, nomeado pela Prefeitura no final de junho, entrou em contato para dizer que o instituto foi representado pelos seus conselhos, o de administração e o fiscal. E que ele, presidente, não foi convidado.

Diga-se de passagem, nem mesmo os vereadores fizeram questão de participar. Além do proponente, participaram os vereadores Adriano Pereira (PT) e Jean Volpato (PT) e o vereador Flávio Linhares (PL). Aqui um parêntese importante. Linhares, que é o líder do governo, não se manifestou, mas acompanhou boa parte das falas ao lado dos representantes dos trabalhadores, na plateia. Os demais onze não se fizeram presentes. A vereadora Silmara Miguel (PSD) mandou dois representantes e Cristiane Loureiro (Podemos) justificou.

Participaram os representantes do Sintraseb, do Conselho de Administração do Issblu e servidores, tanto da Prefeitura quanto da FURB. E acabou sendo um debate de uma nota só, do lado dos trabalhadores.

Ao final de quase duas horas de falas, ficou encaminhado que deveria ser criada uma comissão permanente para debater o tema e a criação de mecanismos para obrigar a Prefeitura e o Issblu a atenderem à Câmara Municipal. O vereador Jean Volpato lembrou que a bancada do PT protocolou um projeto de lei impedindo o trâmite urgentíssimo de projetos que envolvam parcelamento de débitos do Issblu.

O presidente do Sintraseb incluiu na pauta a volta da autonomia do Conselho de Administração do instituto e a necessidade de se rever a taxação de 14% das aposentadorias, pauta importante, mas sem relação direta com o tema da audiência. Ainda fez uma reflexão importante ao afirmar que não acredita nas leis, pois é corriqueiro ver o Executivo de plantão patrolar alterações no Legislativo.

Aqui você confere a avaliação do proponente da audiência, vereador Gilson.

O futuro do Issblu precisa ser discutido, mas não numa votação feita em apenas uma sessão ou numa audiência esvaziada de forma proposital. Este é um debate importante para a sociedade, pois são os servidores que prestam atendimento a grande parte da população.

Mas está clara a falta de interesse por parte de quem tem a chave do cofre e o poder da caneta.

No site da Câmara, você consegue acompanhar o resumo da audiência desta quina.

2 Comentário

  1. A falta de participação dos oportunistas, digo, representantes do povo em uma audiência tão importante mostra o descompromisso com povo de Blumenau. Só interesses … e nada mais. Os servidores unidos podem eleger um prefeito se quiserem mas aí depende deles se desvincularem de Gratificações, merrecas de chefias vazias e começarem a se mobilizar para a próxima campanha eleitoral visando seus interesses que são os mesmos do cidadão, ou seja, cuidar com responsabilidade da coisa pública extirpando oportunistas da máquina publica e também cuidar do seu patrimônio ISSBLU caso contrário o PT, digo, a direita de Blumenau só irá afundar/endividar cada vez mais nossa bela cidade. Ongs de direita se aproveitam com os espaços oferecidos.

  2. Parcelamentos do ISBLU não deveriam sequer existir .
    A Câmara poderia reduzir o duodécimo anual para ajudar a pagar esta conta . recebe o duodécimo e com base em 3,50 % e devolve R$ 2,00 % para quitar a divida com o ISBLU (Prefeitura não poderá utilizar para outro fim.)
    A culpa de tantos parcelamentos é da câmara dos anos anteriores , desta sorte, porque querem culpar somente o atual prefeito ? Recebem milhões de duodécimo , porque não ajudam a pagar a divida que aprovaram parcelamento ?

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