As (algumas) dúvidas da eleição em SC

Faltando menos de dez meses para a eleição, o cenário eleitoral de Santa Catarina ainda é confuso, com mais pontos de interrogação do que certezas. Algumas peças já estão colocadas no tabuleiro – outras são balão de ensaio -, mas elas isoladas podem não representar muita coisa.

O começo de abril é uma data importante, pois é o prazo para quem queira ser candidato esteja filiado e prefeitos renunciem para estarem aptos a concorrer. Neste prazo já será possível clarear muitas movimentações, mas elas somente serão definidas do dia 20 de julho a 5 de agosto, prazo das convenções partidárias que homologam as candidaturas.

Neste quadro ainda indefinido, muitas perguntas.

A primeira é qual o partido será o do governador Carlos Moisés para concorrer à reeleição? Cortejado por deputados e prefeitos de siglas importantes como o MDB e o PSDB, Moisés flerta com siglas pequenas para tentar se manter independente durante a campanha e um segundo mandato. Tucanos e Emedebistas tem pré-candidatos colocados – Gelson Merísio e Vinicius Lumertz de um lado e Dário Berger, Antídio Lunelli e Celso Maldaner do outro -, mas a cada dia que passa percebe-se a falta de interesse interno.

O senador Esperidião Amin (PP) é sempre candidato em ano eleitoral. Sonhava contar com o presidente Bolsonaro no seu partido, o que acabou não acontecendo e pode retirar o time de campo, pois terá que disputar o eleitorado bolsonarista com o colega Jorginho Mello (PL), que tem o trunfo de estar na mesma sigla do presidente. A dúvida é quem será o vice de Jorginho e tem gente que aposta que a deputada federal Ângela Amin (PP) possa ser a escolhida.

Outra dúvida está na eventual composição entre União Brasil, Podemos e até o PSD. Neste caso, temos dois prefeitos que precisarão renunciar ao mandato até 1º de abril, Gean Loureiro (União), de Florianópolis, e Fabrício de Oliveira (Podemos), de Balneário Camboriú. Caso se confirme a aliança, muito dificilmente os dois renunciarão. Quem aparecer bem na foto nas pesquisas internas que estão sendo feitas se fortalece, enquanto o outro cuidará de sua Prefeitura.

E nesta aliança ainda tem a duvida sobre o papel do PSD, que tem o ex-governador Raimundo Colombo como pré-candidato, assim como o ex-prefeito de Blumenau Napoleão Bernardes. As chances de Napoleão emplacar uma majoritária são pequenas, mas Colombo é sempre um nome forte e não pode ser descartado.

Por fim as candidaturas do campo da esquerda. O ex-prefeito e ex-deputado Décio Lima (PT) é o nome natural e tem corrido o estado para construir uma rede de apoio. Mas Santa Catarina pode virar moeda de troca do PT Nacional para consolidar uma aliança em torno do ex-presidente Lula e uma eventual chapa pode ser liderada por outra sigla, em especial o PSB.

 

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