Análise | Federalização da FURB e o ministro da Educação em Blumenau

Foto: redes sociais

O Informe Blumenau sempre foi cético sobre a possibilidade da federalização da FURB, sem negar a luta e a importância da iniciativa. E segue sendo, mesmo depois da visita do ministro da Educação Camilo Santana, nesta terça-feira, a Blumenau, contrariando entusiasmo vindo das redes sociais.

O ministro veio carimbar importantes ações do Governo Federal para o ensino superior, na região e em Santa Catarina. É importante valorizar isso. Mas a federalização não parece estar no radar, o que não quer dizer que a universalização do ensino superior não seja meta. Mas, do ponto de vista da União, transformar a FURB em uma universidade pública federal talvez não seja o melhor negócio.

Desculpe o pessimismo. Ele começou uns dias antes, ao receber o comunicado da visita do ministro e da agenda oficial, sem menção alguma ao tema. Lideranças locais, em especial a deputada federal Ana Paula Lima (PT), construíram um momento durante a manhã para aproximar o ministro da reitoria da FURB.

Um ingrediente novo entrou no debate. O envolvimento do prefeito Egidio Ferrari (PL) no tema, pelo fato de a FURB ser uma instituição pública municipal. Em coletiva na sede da UFSC em Blumenau, o ministro citou a possibilidade de conversar com o prefeito para tentar buscar uma solução.

Foi a narrativa que se criou depois da passagem do ministro por Blumenau, do ponto de vista político.

O Informe Blumenau conversou com o ministro no seu primeiro ato público na cidade, no Instituto Federal, antes do evento da UFSC. Camilo Santana fez questão de destacar o investimento do Governo Federal na região, com a compra do imóvel para a sede própria da UFSC em Blumenau, no prédio da antiga Uniasselvi. Sobre a FURB, disse que o ministério recebeu o relatório com informações, solicitado à reitoria, em abril e que está em análise. Fez questão de destacar que os vínculos trabalhistas são o principal dificultador do avanço das negociações, do ponto de vista econômico e jurídico.

Na entrevista para os colegas, já na UFSC, menos de uma hora depois, o ministro repetiu os argumentos para justificar a demora no avanço das negociações pela FURB Federal. E envolveu a administração municipal. Compartilho o corte veiculado pelo portal O Auditório, do colega Arnaldo Zimmermann.

Entendemos que a Prefeitura tem papel importante, mas na história do processo da FURB Federal ela sempre foi coadjuvante e não protagonista. Não dá para entrar agora, como narrativa, até pelo pouco efeito prático que terá.

O que precisa mesmo é o Governo Federal concordar que federalizar a FURB é um negócio viável. Entender o impacto social da iniciativa parece estar dado, mas não é fácil absorver uma estrutura pública da envergadura da FURB, com seus bônus, mas também ônus.

A decisão é política. E precisa vir de Brasília.

 

 

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