Foi com emoção – e que emoção! – a eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Blumenau. Na segunda tentativa de votação, apenas uma chapa foi apresentada e recebeu os votos dos 15 parlamentares. Marcelo Lanzarin (MDB) será o presidente, Bruno Cunha (PSB) vice, Almir Vieira (PP) primeiro secretário e Professor Gilson (PSD) segundo secretário.
A chapa única e a votação unânime não representam o acirramento da disputa e está muito longe da construção do consenso, conotação que alguns quiseram dar depois do resultado. É a tentativa de uma saída honrosa para o Governo e para o PSDB, partido que, por acordo ainda antes da posse em 2016, esperava ocupar a vaga com um dos seus três vereadores.
O que houve foi uma disputa quase fratricida entre dois blocos de vereadores, todos da base governista, que se engalfinharam ao longo do último mês.
Curiosamente, alguns destes adversários ferrenhos estarão juntos, como é o caso de Bruno Cunha e Professor Gilson de um lado e Almir Vieira de outro. Uniram-se para dar um recado para a administração Mário Hildebrandt (PSB), e relegar os tucanos ao papel de coadjuvante, eles que sonharam ser protagonistas depois do resultado da última eleição municipal.
Na futura Mesa Diretora teremos dois parlamentares que se apresentam como independentes, Cunha e Gilson, um que tem feito uma defesa forte do governo, mas tem personalidade forte, Almir Vieira, e Marcelo Lanzarin, que sempre teve uma postura moderada, mas também faz parte do time dos independentes.
Cada um com seu interesse, ganham força e projeção.
Mas precisam mostrar trabalho, modernizar a Casa Legislativa, racionalizar as despesas, revisar a estrutura da máquina, otimizá-la onde for possível cortar e melhorar a comunicação com a sociedade. E fazer um planejamento sério e responsável para ir para uma sede própria no menor tempo possível.
Ou, serão lembrados pelos bizarros episódios deste processo eleitoral, o mais acirrado que acompanhei desde o começo dos anos 2000.
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