A reconfiguração das nominatas para vereador com Mário Hildebrandt no PL

Na eleição de 2020, candidato à reeleição, Mário Hildebrandt, então no Podemos, liderou uma coligação de cinco partidos, PSDB, MDB, Republicanos, Solidariedade e Podemos. Seis vereadores, mais de um terço da Câmara, foram eleitos neste guarda-chuva partidário.

Depois da vitória, ao longo do seu segundo mandato, Hildebrandt retomou parcerias que ficaram de fora daquela eleição, engajados na campanha de João Paulo Kleinübing, como PP e União Brasil.

Em 2020, o PL não era o partido de Jair Bolsonaro, mas reelegeu Aílton de Souza, o Ito, que também faz parte da base governista.

Em resumo, todo mundo aguardava esta confirmação da filiação de Hildebrandt para avaliar cenários, refletir e perceber os caminhos.

E ele se definiu pelo PL, na semana passada. Fora da disputa eleitoral em 2024, o prefeito tem responsabilidade com seus novos parceiros e com os parceiros de 2020.

Mas, a engenharia não será fácil. O PL de Blumenau já tem dois vereadores, que em tese, sempre levam uma vantagem, por serem mais conhecidos e terem o que mostrar, além da estrutura do mandato. O próprio Ito e Cezar Campesatto, que era do União e esta com a ficha assinada no 22, aguardando a janela partidária de abril.

O PL conta com alguns outros nomes fortes na nominata.

É razoável imaginar que o prefeito traga alguns nomes, em especial do Podemos, que tem tudo para desidratar. Hoje tem dois vereadores, Cristiane Loureiro e Marcelo Lanzarin, atualmente na Secretaria de Saúde. Pela previsível matemática eleitoral, ainda mais com a saída do prefeito, o partido não elege dois novamente. Um dele sai, provavelmente Lanzarin, assim como a primeira suplente, Giselle Margot Chirolli.

Jovino Cardoso, eleito pelo Solidariedade, é um fiel escudeiro, líder do Governo na Câmara. Não deve ficar onde está. O secretário de Esportes, Egídio Beckhauser, foi eleito pelo Republicanos, mas perdeu seu mandato no final de 2022, pois a Justiça Eleitoral entendeu que seu partido se usou de duas candidaturas femininas “laranjas”, apenas para garantir a cota, e cassou toda a chapa. É nome forte e já sinalizou que estará no projeto do prefeito.

O PSDB é uma incógnita, ainda mais que nesta eleição vem federado com o Cidadania, de Bruno Cunha, que deve liderar a chapa. Os tucanos avaliam que podem emplacar mais um, e o favorito é Maurício Gol. Alexandre Matias é nome cogitado para compor uma majoritária e já tem conversas para eventualmente trocar de partido, se entender que a calculadora das urnas lhe seja desfavorável onde esta.

Claro, o destino – e o tamanho – do PSDB está atrelado ao futuro de Maria Regina Soar. Permanece? Será candidata do prefeito e do governador? Será candidata?

Já o MDB teve desempenho pífio em 2020, mas é um partido cortejado, com a possibilidade estar vitaminado com a propalada filiação do deputado estadual Egidio Ferrari, hoje no PRD. Só que a filiação de deputado, dada como certa, não está tão concreta assim, segundo apurei. Para onde ele for, leva nomes com densidade eleitoral e diminui ou aumenta o potencial do MDB.

Resta saber como será a debandada do PL de Blumenau, em especial do grupo ligado a Ivan Naatz. Nomes como Professor Ramalho, José Vitor Iten, Beto Tribess e João Valle estavam bem conversados, permanecerão?

Um que já desembargou, e diz que nada tem a ver com a filiação do prefeito, é João Paulo Taumaturgo, atual primeiro suplente. Ele aponta motivos profissionais e pessoais para não participar da disputa deste ano.

A expectativa é com 12 mil votos o partido eleja um vereador em Blumenau nesta eleição. Na disputa da sobra, o candidato tem que fazer 20% destes hipotéticos 20 mil, na casa dos dois mil votos.

Para se ter uma ideia, o Podemos, partido do prefeito até então, fez 15.079, elegendo dois, um pela pela sobra. O coeficiente eleitoral foi de 10.157 em 2020, número que deve crescer após o recorde de abstenção da eleição passada, marcada pela pandemia. 

Não vai ser fácil acomodar tantos nomes no guarda-chuva eleitoral deste ano, apesar da inegável força do 22 e boa avaliação da administração municipal. Vai faltar cadeiras.

Aguardar para ver.

Sobre a matemática eleitoral para vereador em 2024, o Informe Blumenau publico aqui.

 

 

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