A punição a Antidio Lunelli

O Informe Blumenau tem uma posição bem clara a respeito de quem vence uma eleição para prefeito e deixa o cargo dois anos e oito meses antes de terminar o mandato para se aventurar numa campanha eleitoral. Eu, como eleitor, não repetiria o voto em quem não cumpre o papel para qual foi eleito. Exceção para aqueles que deixam o cargo no último ano de mandato.

Esta premissa não se aplica a quem não precisa deixar o cargo, no caso, vereador, deputado ou senador, pois, mesmo derrotados, podem voltar para onde foram o eleito.

O prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, foi punido por uma decisão arriscada. Acreditou que o fato de ser um empresário e um gestor municipal bem sucedido lhe garantiam o sucesso eleitoral. Não passou nem na eleição dentro do seu partido, imagina na avaliação do eleitor catarinense.

Não dá nem para dizer que Lunelli foi traído pelo seu partido, o MDB, pois ainda antes do final de março, prazo legal para se desincompatibilizar, lideranças da sigla davam conta que queriam outro caminho, que era estar no projeto de reeleição de Carlos Moisés (Republicanos).

O ex-prefeito apostou nas “bases” – sem lembrar do vexame de 2018, com Mauro Mariani – e virou as costas para quem tinha votos, como os deputados estaduais e prefeitos.

E agora se volta contra eles. Diz que a disputa no MDB foi desigual, se baseando numa disputa prévia que não aconteceu, antes mesmo dele tomar a decisão de deixar a Prefeitura. Disse que houve uma “pressão” muito grande em cima dos delegados, em mais uma demonstração da falta de leitura do contexto político que envolvida o MDB.

“Foi uma politicagem”, dizendo que o MDB ainda era dominado pelos “coronéis”, numa alusão clara a lideranças históricas, além de criticar Udo Döhler, que o venceu no voto.

“Nosso 15 está podre, está velho, podre!”

Pode ter razão, mas é discurso de perdedor. Ainda mais quando deixa em aberto a possibilidade de ser candidato a deputado estadual.