A “overdose” dos debates em SC

Foto: ACAERT

Nesta terça-feira, 23, aconteceu mais um debate com os candidatos ao Governo de SC, realizado pela ACAERT, num grande pool de rádios por todo o estado. Se não me engano, foi o sexto desde que a campanha começou, há oito dias. Dá uma média de quase um debate por dia.

Debate é importante? É. Mas torna-se repetitivo e cansativo.

As regras, ainda mais com oito candidatos, tornam o formato engessado. Exceção feita ao realizado pelo Portal ND, que trouxe uma fórmula inovadora, com confronto direto entre candidatos, com tempo total de 5 minutos. Foi uma experiência interessante, mas que repercutiu pouco.

A audiência do debate acaba ficando para quem é do ramo, jornalistas, assessores e pessoas ligadas a política. Pelos horários exibidos até agora e pela duração, deixa de fora a grande massa de eleitores.

Os candidatos usam o debate e suas regras ao seu favor. Perguntas com pegadinhas, respostas que não dizem respeito as perguntas e por aí vai.

Me atrevo a dizer que é mais importante nos debates é um eventual erro de um adversário, uma gafe, ou mesmo alguma polêmica ou postura assertiva do candidato para ser repercutida depois.

No debate da ACAERT, a postura dos candidatos se repetiu.

Carlos Moisés (Republicanos), pelo cargo que ocupa, é o mais visado. Responde dando visibilidade as suas ações.

Esperidião Amin (PP) aposta na experiência e na proximidade com o presidente Bolsonaro. Jorginho Mello((PL) também  faz questão de enaltecer o presidente, seu maior cabo eleitoral, reitera os feitos do Pronampe, programa criado por ele para ajudar empresários, e parte para o ataque contra o governador e o PT.

Gean Loureiro (União) acha que Florianópolis é a capital do mundo, pois usa a toda hora as suas ações na Prefeitura como portfolio. Tem sido acuado por adversários por questões pessoais desagradáveis.

Décio Lima (PT) é Lula, Lula é Décio Lima. A campanha do petista está tão ligada ao presidenciável a ponto de Gean Loureiro, ironizar uma pergunta feita pelo ex-prefeito de Blumenau. “O senhor só quer saber do Bolsonaro”, quando Décio perguntou sobre quem o candidato do União Brasil apoiará para presidente.

Odair Tramontin (novo) repete a exaustão que não usa o Fundo Eleitoral, que seu partido tem o melhor prefeito de Santa Catarina e o melhor governador do Brasil.

Jorge Boeira (PDT) é o legítimo não fede nem cheira, apesar de bem articulado. Todo mundo sabe que está ali para cumprir uma missão partidária.

E por fim, Ralf Zimmer (PROS), aproveitando os holofotes que a candidatura permite, com críticas pesadas aos adversários – Moisés e Gean são os preferenciais – e propostas inverossímeis.

Os debates mal começaram, como escrevi no começo. Não sei se aguentarei ficar acompanhando.

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