A difícil missão das mulheres na política

Reprodução: TV Gaspar

A Câmara Municipal de Gaspar viveu um momento histórico esta semana, que deve inspirar outras casas legislativas de Santa Catarina e pelo Brasil, além das lideranças dos partidos políticos. A partir desta semana, tem quatro vereadoras mulheres, de um  total de 13. Nesta terça-feira, 14, assumiu a suplente do MDB, Rafaele Vancini.

Ela se junta a presidente da Câmara, Franciele Back (PSDB), a mais votada em 2020, Mara dos Santos, do PP e Professora Zilma, também do MDB. Rafaele, com importante trabalho na Educação de Gaspar, entrou no lugar de Chico Anhaia (MDB), que é novo chefe de Gabinete da Prefeitura.

Com tanta coisa para celebrar – um avanço no universo machista da política – , um fato menor acabou predominando logo em seguida ao discurso dela, por um colega de partido, Ciro Quintino. Ao enaltecer a presença de quatro vereadoras na Câmara de Gaspar, “um exemplo para o país”, Quintino revela a face que predomina na política. “A Rafa vem, com quatro mulheres, para embelezar ainda mais nossa Câmara de Vereadores”, disse, na tentativa se ser agradável, mas que dá a dimensão da dificuldade feminina neste universo masculinizado.

A presidente Franciele Back deu uma resposta na altura, no final da sessão. ” A Rafa não embeleza a Câmara, mas sim está aqui pela competência dela, fico muito feliz como mulher de dividir esta Câmara contigo..”

Outro exemplo deste machismo arraigado na política foi mostrado pela jornalista Dagmara Spautz, da NSC, nesta quinta-feira, referindo-se a um episódio acontecido na terça-feira na Assembleia Legislativa.

O Kennedy Nunes (PTB), que presidia a sessão foi questionado pelo deputado Osmar Vicentini (União) sobre a possibilidade do regimento interno prever a presença de uma mulher na Mesa.

“Nosso Regimento Interno diz que todos os 40 deputados podem concorrer aos cargos da Mesa. Eu, conhecendo um pouco mais essa Casa, acho que as mulheres aí, fora da Mesa, trabalham mais do que ficar na Mesa”, afirmou o deputado, pré-candidato ao Senado, em tom de brincadeira, uma brincadeira que diz muito.

A resposta soou mal na bancada de cinco deputadas.

As suas situações podem parecer “mimimi” para alguns né? Mas não, assim como situações que envolvem racismo, homofobia e outros tipos de preconceito revelam caráter e uma visão de mundo que ainda predomina na nossa sociedade, mesmo em pleno século 21.

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