A (ainda) força do 22 em Santa Catarina e o dilema de Mário Hildebrandt

Foto: arquivo/PMB

Nesta quarta-feira, 02, o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) volta de uma viagem de 11 dias a cinco cidades da Alemanha, onde fechou acordos culturais e de intercâmbio, laços de aproximação, divulgou a Oktoberfest de Blumenau e conheceu a montagem da Oktoberfest de Munique.

Ele reassume no lugar da vice Maria Regina Soar (PSDB), que, pela quinta vez em dois anos e meio de mandato, assumiu o comando da Prefeitura. Maria Regina é a candidata, em tese, “natural” à sucessão de Hildebrandt, que não pode mais concorrer.

Hildebrandt, mesmo a distância, deve ter acompanhado a repercussão da visita de Jair Bolsonaro – e Michelle Bolsonaro – à Santa Catarina, onde esteve em Florianópolis e Ituporanga. O ex-presidente foi ovacionado por onde passou, mostrando que ainda é a liderança política com maior numero de adeptos em terras catarinenses. E assim terá papel decisivo na eleição municipal de 2024.

Tá certo, muitos que entendem afirmam que a eleição para prefeito é diferente das outras, pois é nas cidades onde as pessoas moram e prevalecem as questões locais e não a política nacional. É certo, mas relativo, ainda mais depois do último final de semana.

Me atrevo a dizer – e tenho ouvido o mesmo de muitas lideranças políticas – que quem contar com o 22 na urna sai com uma vantagem e tanto. Em especial no Vale do Itajaí e em especial em Blumenau.

E aí entra o dilema de Hildebrandt, que não concorre, mas tem seu futuro político em jogo. Ele é do Podemos, sua candidata é do PSDB e, pelo andar da carruagem, o PL, do 22 de Bolsonaro, terá candidato na cidade. E para piorar a situação, o Partido Novo tem um candidato competitivo, que quase emplacou o segundo turno em 2020.

E para piorar ainda mais, Maria Regina, apesar de sua capacidade de gestão e do apoio que tem recebido do prefeito, não decola no imaginário popular.

Mário Hildebrandt não vai admitir isso publicamente e talvez até conteste esta análise. Mas certamente, pragmático como é, está avaliando cenários. Uma escolha errada pode representar dificuldades de seguir a carreira política depois de deixar a Prefeitura.

 

 

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