Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumiu a Casa Branca pela segunda vez, em janeiro deste ano, ficou evidente que o governo estadunidense possui o grande objetivo que é retomar a vanguarda isolada da economia mundial. Importante ressaltar que nunca deixou de liderar, mas os países emergentes, como é o caso da China principalmente, conseguiram ganhar muito espaço no cenário econômico global, ameaçando a hegemonia norte-americana.
A guerra tarifária que o governo Trump impõe a diversas nações do mundo, nada mais é do que uma atualização de taxas de produtos dos países que possuem mercado nos EUA, evidentemente que é uma preocupação econômica interna do governo americano e externa no sentido hegemônico na economia global.
Qual é o papel do Brasil neste cenário? Evidente que temos uma economia grande, olhando para o que representa a economia global, especialmente em commodities, como é o caso do abastecimento da cadeia alimentar mundial. O nosso grande problema é a falta completa de visão do governo Lula em relação ao atual cenário político e econômico global, evidentemente que não é o mesmo de 2003, quando o atual presidente assumiu o governo pela primeira vez.
Como o Brasil, de lá para cá, não avançou praticamente nada em Pesquisa e Desenvolvimento, não temos poder de barganha tecnológico ou bélico (no sentido não agressivo), por isso a vulnerabilidade. Nosso Itamaraty se mostrou absolutamente inoperante, pois não existe uma orientação clara do Palácio do Planalto ou do Ministério da Fazenda em relação a este problema.
Segundo o Portal Poder 360, nas importações americanas do exterior para seu mercado interno, os produtos brasileiros representam apenas 1,3% do mercado importador americano. Os produtos americanos, de acordo com o mesmo portal Poder 360, representam 15,46% das importações brasileiras, ou seja, temos muito mais a perder.
É urgente que o presidente Lula saia do palanque, haja como um chefe de estado e não um garoto de DCE, dinossauro da guerra fria e enfrente o problema com maturidade e não com bravatas superficiais eleitoreiras. O momento exige frieza, cautela, inteligência e estratégia, não é oferecendo jabuticabas ou fazendo analogia a um jogo de baralhos que o impasse será resolvido. Donal Trump claramente pensa e age como empresário, isso está evidente na estratégia, é uma negociação.
Falta visibilidade global do Brasil, que a Presidência da República e o Ministério da Fazenda não perceberam que o Brasil atual não possui, pelo contrário, está secundarizado até mesmo dentro dos BRICS, pois Rússia e China não compraram e nem vão comprar a briga, ou seja, Lula além de desimportante está desmoralizado globalmente.
Prof. Leonardo Furtado da Silva, doutor em Desenvolvimento Regional






Seja o primeiro a comentar