Eu moro no Vale Europeu do Globo Repórter. E você também!

Foto: divulgação Globo

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marina_melz_100x100Marina Melz

Jornalista

 

O Globo Repórter, exibido na última sexta-feira (19), foi uma grata surpresa para o Vale Europeu. Embora as gravações tenham acontecido em 2015, começamos o ano com o pé direito e com um público talvez nunca antes visto contemplando a nossa região. Foi lindo, foi emocionante, foi comemorado e com muita razão.

Mas, como tudo para o blumenauense fundamental (te dedico, Maicon Tenfen!) é motivo para polêmica, a vinheta nem tinha começado e já pipocavam nas redes sociais os memes sobre não morarmos no mesmo lugar que o Globo Repórter mostrava.

Sinto lhes dizer, do alto do calor senegalês desta tarde de sábado em Blumenau, que eu moro no Vale Europeu do Globo Repórter, sim. E você também.

Antes de mais nada, é preciso que se entenda que o Globo Repórter em momento algum se propôs a fazer uma análise social da nossa nada mole vida. É um programa que já na chamada deixava claro que se dedicava a mostrar as belezas deste pedaço de terra. As be-le-zas. E foi isso que fez.

Nada daquilo é mentira.

A escola bilíngüe existe, o cicloturismo é fortíssimo, o turismo rural é uma realidade que está mudando a vida das famílias, as cavernas estão lá, os Clubes de Caça e Tiro também. Eles não nos resumem, mas existem. E ninguém falou que nos restringimos àquilo.

Conheço duas pessoas que apareceram nesta primorosa edição. A Hanna-lora, de Pomerode (SC), aparece falando da maior paixão da sua vida: as cucas. Fiquei emocionada ao perceber que escolheram o case certo: ela é uma mulher simples, com sorriso sempre no rosto e uma cuca fresquinha sempre à mão. Ela não é de mentira. Na sua pouca altura e muito talento, sobram determinação e amor pelo que faz. Exatamente como o programa mostrou.

Também conheço o Moacir, que fala uma das mais icônicas frases do programa: “nossa região não perde em nada para a Europa. A única diferença é que lá os morros estão cheios de neve. Aqui não”. Ele está falando em relação ao cicloturismo, claro. E eu acredito no que ele diz. Ou não teríamos um dos circuitos mais visitados e queridos pelos praticantes da modalidade. Ou não seríamos uma bem construída referência neste sentido.

É fácil dizer que não somos tão europeus assim quando as únicas visitas que fizemos ao velho continente foram resumidas a pontos turísticos. Você sabia que as nossas leis trabalhistas são mais avançadas que as deles? Ou que lá, onde tantos dizem que sonham morar, falta emprego? E que lá pessoas morrem de frio, você sabia? Ninguém é tão perfeito quanto os turistas imaginam. E tudo bem. Não é o fim do mundo, não é mentira, não é farsa.

Ninguém aqui esqueceu os problemas. Temos a Piracicabana, falta uma placa decente indicando a entrada da cidade na BR-470 e, vejam só que desastre, também temos a 470. Mas temos o sorriso da Hanna-lora, a paixão por duas rodas do Moacir, espaços para pesca a degustação de trutas, grupo de maracatu, estamos chegando à segunda edição do TEDxBlumenau, somos a capital da cerveja, uma das mais conhecidas regiões para prática de raffting.

Tudo isso é verdade, tudo isso existe. E se você não conhece, não é culpa do Globo Repórter. É uma crença besta de que só é possível se surpreender com um passaporte na mão que já deveria ter sido deixada de lado há muito tempo.

Triste não é saber que temos muito a melhorar. Mas perceber o quanto não sabemos valorizar o que temos para admirar. Nosso problema pode não ser mais mídia, mas continua sendo auto-estima.

Foto: divulgação Globo
Foto: divulgação Globo

7 Comentário

  1. Um dia se eu tiver oportunidade de morar aí. eu já vou emtemder um pedacinho do céu.

  2. Assisti a reportagem e nessa páscoa fui conhecer a cidade. Matei a curiosidade rs. O lugar realmente é muito bonito (fui apenas a Pomerode), em relação a outros dados, como salário etc não posso opinar pois fui apenas a passeio e nem deu tempo para conhecer mais sobre esses aspectos sociais, digamos assim. Algumas pessoas realmente são bem simpáticas e hospitaleiras, porém algumas pessoas que conheci pela cidade (pedindo informações etc), confesso que deixaram a desejar no sentido de hospitalidade, algumas dessas pessoas foram até grosseiras comigo e com meu namorado, o que me deixou muito espantada. As pessoas são desconfiadas, algumas te olham com ar de desconfiança, em alguns momentos não me senti a vontade na cidade por conta desse tratamento e que fique bem claro, somente de algumas pessoas. A Rodoviária deixa muito a desejar em todos os sentidos (no meu ponto de vista, abandonada, principalmente no quesito limpeza e lanchonete). Fiquei decepcionada pois não encontrei lugar aberto para alugar bicicleta e como era feriadão rs achei que isso seria possível devido a quantidade de turistas. A cidade é bem calma, quase não vi viatura de polícia, táxi ao que parece, eles não circulam livremente, somente quando são solicitados por meio de ligações particulares. Bom, se eu fosse escrever todas as minhas impressões demoraria muito. Apenas quero deixar registrado que embora encontrei alguns contratempo nesses 3 dias que fiquei em Pomerode, a cidade é bonita, limpa e de certa forma organizada sim, porém acho que o Globo Repórter não elucidou direito algumas coisas e aí parecia que íamos viajar para o País das Maravilhas, e isso não aconteceu.

  3. E só me ligarem que eu vou corredo pra ai 62 982196843

  4. Estou encantanda com a cidade. Com relação a postura de algumas pessoas isso não me desencanta pq lamentavelmente há seres de toda a espécie; uns nos marcam pela educação e outros pela ausência dela.

  5. Por favor, postem links ou e-mails de empresas do vale europeu que possam receber currículos on-line.

    Att.

  6. Gostaria de saber qual lugar do vale Europeu é mais forte em empregabilidade

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