“Tenho um exército de mais de 200 milhões de pessoas”, diz Bolsonaro em Balneário Camboriú

“É muito bom estar com aqueles que tem Deus no coração.” Assim o presidente Bolsonaro começou seu discurso na Marcha de Jesus, em Balneário Camboriú, organizado por igrejas evangélicas. A fala de cerca de 18 minutos, para um bom público, mas bem menos que a expectativa, foi recheado de mensagens religiosas – “é uma luta do bem contra o mal” e criticas aos adversários, com os velhos chavões, do comunismo e de que “nossa bandeira nunca será vermelha”.

No discurso do bem contra o mal, defendeu a família “sadia”, se posicionou contra o aborto, a ideologia de gênero, a favor do armamento, discurso apropriado para os ouvidos presentes.

Falou que o milagre fez a sua “sobrevivência” e até sua “chegada ao poder”, sendo aclamado como mito pelos presentes.

Não fez menção a situação econômica do país, ao preço dos combustíveis, inflação e muito menos tocou no escândalo envolvendo o Ministério da Educação, pastores acusados de corrupção e interferência do presidente na prisão do ex-ministro Milton Ribeiro.

Novamente fez uma ameaçada velada a democracia, que diz está sendo ameaçada. “…não podemos admitir, quando estiver acontecendo algo de mal para o outro, nós fiquemos calados do lado de cá. Sempre tenho falado das quatro linhas da Constituição. Tenho certeza, se preciso for e cada vez mais parece que será preciso, nós tomaremos as decisões que devem ser tomadas”, disse, sem citar quais, sendo ovacionado.

“Cada vez mais tenho um exército, que se aproxima de 200 milhões de pessoas nos quatro cantos do país”, pedindo mobilização de todos para a eleição deste ano. “Cada um de nós deve, além de fazer sua parte, arrastar os outros, não pelo conselho, pelo exemplo, cada um de nós deve conversar com quem está próximo”, finalizou.