
Vivemos um tempo estranho. Um tempo em que ser racista, misógino ou xenofóbico não só deixou de ser motivo de vergonha — virou estratégia política. Em pleno 2025, vemos políticos eleitos usarem a tribuna, as redes e os palanques não para construir um país mais justo, mas para humilhar, gritar e agredir quem mais precisa do Estado.
Comecemos pelos municípios. Prefeitos e prefeitas de todo o Brasil parecem disputar quem cospe mais ódio no microfone. Fazem questão de deixar claro que não governam para todos. Desprezam pobres, atacam indígenas, ridicularizam mulheres, desumanizam qualquer um que fuja do padrão que eles consideram aceitável. Não é só grosseria: é política de violência. E pasmem — muitos são aplaudidos por isso. A crueldade virou performance.
No Senado, o que era pra ser uma casa de debate sério virou palco de humilhação pública. A ministra Marina Silva, uma das figuras mais respeitadas do país, foi alvo de comentários racistas, xenofóbicos e misóginos. Não foi só crítica política — foi ataque pessoal, cruel e calculado. E por quê? Porque é mulher, negra, amazônida e tem posição firme. Porque não abaixa a cabeça. Porque representa tudo que o Brasil oficial tenta apagar há séculos.
Agora, veja o contraste. Enquanto Marina Silva apanha em praça pública por defender a floresta e a ciência, quem recebe tratamento de “excelência” nas audiências é Virgínia Fonseca — uma influenciadora digital que promove joguinhos de azar e cremes que prometem o impossível. Em uma Comissão do Senado, foi tratada com reverência, bajulada, exaltada. Ninguém a interrompeu, ninguém questionou. Foi só elogio e tapinha nas costas.
O recado é claro: neste Brasil distorcido, se você for branca, loira, vendedora de promessa vazia e entretenimento raso, será celebrada. Mas se ousar ser mulher, negra, pensante e comprometida com o futuro do planeta, será esculachada.
E aí vem a pergunta: desde quando ser violento virou estratégia política? Desde quando destruir é mais eficaz do que construir? Talvez desde que percebemos que o ódio rende mais curtidas do que a empatia. Que gritar dá mais voto do que argumentar. E que humilhar virou símbolo de força — quando na verdade é a mais pura expressão da covardia.
Porque no fim das contas, quando um político esbraveja contra movimentos de moradia, ele está atacando quem não tem teto. Quando humilha uma ministra como Marina, ele está atacando milhões de brasileiras que se veem nela. E quando aplaude uma influenciadora de joguinhos e cremes milagrosos, ele está dizendo que o Brasil não precisa de seriedade — precisa de circo.
Precisamos dizer, com todas as letras: isso não é normal. Isso não é autenticidade. Isso é podridão institucionalizada. E enquanto a política continuar premiando o ódio, o Brasil continuará perdendo. Perdendo humanidade, futuro e dignidade.
E nós? Vamos continuar fingindo que está tudo bem?
Marco Antônio André, advogado e ativista em Direitos Humanos
O Nobre advogado e ativista deve ter assistido outro depoimento , não o de Marina Silva. Não houve nada que o foi relatado no texto acima contra a ministra.
Ao contrário, ela sim foi uma pessoa mal educada, nada respondia e fazia narrativas por não conseguir responder os questionamentos, tanto que chegou a sair do recinto por não conseguir defender suas narrativas . Inclusive teve discussão com políticos da base do governo .
Não defendo a influenciadora , sequer assisti sua sabatina, mas o de Marina assisti e não vi nada que o nobre vereador ativista menciona . Seu texto esta igual ao comportamento da ministra .
Parabéns ao Dr. Marco Antônio André pela abordagem do tema, so os insensíveis, racistas, xenofóbicos e misóginos não conseguem enteder a gravidade do momento em que vivemos.As vezes me pegunto se esta mudança aconteceu nos quatro anos do Ex Presidente, que digasse de passagem foi quem começou a dar voz a estas pessoas com os ataques odiosos que fazia, e faz acordar o animal irracional que estas pessoas guardavam dentro de si, ou se somplismente nunca tivram nenhuma educacao e respeito por quem os rodeia.
Sou de uma geração em que a educação prevalecia , hoje me parece que a educação caiu em desuso dando lugar ao odio e a violencia como voz dos imbeciéis.
MARINA É EMPREGADA DO POVO, ISSO NINGUÉM PODE CONTESTAR E QUEM ESBRAVELOU COM ELA FOI OSMAR AZIZ BASE DO DESGOVERNO QUE ALEGOU QUE ELA ESTÁ IMPEDINDO O PROGRESSO NA REGIÃO.