Um questionamento, até certo ponto, curioso, mas que, sob o ponto de vista técnico, levanta outra reflexão: seria essa uma vontade genuína do cidadão ou apenas um subterfúgio para questionar a credibilidade das fiscalizações existentes?
Da situação técnica de ter ou não fiscalização de embriaguez na Oktoberfest ou durante o período dela, existem algumas prerrogativas que podem influenciar na decisão, e a menor delas deve ser a que o condutor imagina ser a maior: a de que não se faz porque atrapalharia a festa ou porque existem forças políticas que impedem que ela aconteça.
Os motivos que podem interferir na decisão podem ser muito mais corriqueiros e simplórios do que se imagina. Esses motivos vão desde o número de agentes disponíveis, condições climáticas, sinistros dos dias, horas extras, apoio entre instituições ou situações inversamente proporcionais, muito mais técnicas quanto a números, sinistros, continuidade ou simplesmente porque não estão no planejamento das instituições, eu diria até mesmo falta de informação ou conhecimento científico existente. Mas é muito pouco provável que seja por conflitos de interesses ou políticos.
Mesmo que, conforme já tenha dito em outro texto (“Oktoberfest – Wer trinkt, soll nicht fahren”), situação semelhante já tenha sido um problema para as pessoas e para a organização há duas décadas: como poderia haver campanha para não beber e dirigir numa festa do chope? Isso, pelo menos, já não ocorre mais; essa consciência coletiva parece ter mudado. Hoje, além de todos reconhecerem a importância da conscientização, cobram inclusive mais fiscalização.
Mas afinal, temos blitz ou não?
A decisão sobre as barreiras pode ser influenciada tanto por um planejamento a longo prazo quanto por uma necessidade momentânea, pois deve-se considerar que a vontade e o planejamento do poder público em diminuir ou minimizar a quantidade de motoristas embriagados em Blumenau não correspondem somente ao evento ou ao mês de outubro.
Essa é uma necessidade diária e um planejamento continuado, podendo até haver uma preocupação maior na Oktoberfest para se usar o evento como exemplo do serviço prestado durante o ano inteiro, mas jamais como perspectiva de que, aumentando o cerco apenas durante a Oktoberfest, teremos uma influência ou redução da embriaguez ao volante de forma contínua.
Diminuir o número de condutores embriagados deve ser uma vontade da sociedade, uma obrigação e uma busca incessante dos órgãos fiscalizadores. Mas, dentro do escopo já conhecido de educação, engenharia e esforço legal (legislação e fiscalização), a premissa de que exclusivamente operações de blitz diminuirão o número de sinistros é muito pequena diante de todo esse contexto, sendo ela apenas uma parte do todo, imagine isso ocorrendo apenas em um único evento.
De nada adiantaria ter barreiras de fiscalização se não estivéssemos caminhando junto com uma legislação que amparasse essa necessidade, bem como punição exemplar aos sinistros, uma engenharia capaz de minimizar as chances dos impactos desses e, principalmente, que a educação não fizesse com que essa necessidade de fiscalização fosse somente para uma minoria dos condutores que insistem em ir até a Oktoberfest dirigindo sob a influência de álcool.
Nessas duas primeiras semanas de Oktoberfest foram efetuadas, de forma programada, pelo menos cinco operações em conjunto de fiscalização de trânsito e, consequentemente, de embriaguez, e mais pelo menos o dobro de blitz na entrada do evento, bem como em situações especiais, somado a uma centena de abordagens surpresa efetuadas pelos agentes de trânsito.
É importante lembrar que essa possibilidade também só ocorre porque as forças de segurança do Estado recebem um reforço operacional para a Oktoberfest, diferentemente do município, que trabalha com a mesma proporção de efetivo do ano inteiro.
Então, todo o planejamento para o mês de outubro se compõe diante das possibilidades de cooperação entre os órgãos. Em suma, se a Polícia Militar não tiver efetivo disponível, dificilmente a GMT de Blumenau terá efetivo suficiente para suprir sozinha a demanda das operações, isso diante do esforço do órgão municipal em cumprir suas obrigações com as demandas comuns da cidade, somadas aos desfiles, controle de fluxo e segurança no entorno da Vila Germânica, entre outras demandas geradas pela Oktoberfest.
Dessa forma, mais do que questionar a existência ou não das fiscalizações durante a Oktoberfest, é fundamental compreender que elas fazem parte de um trabalho contínuo, que se estende por todo o ano e depende da integração entre órgãos, planejamento técnico e consciência coletiva.
Tem blitz, e continuará tendo, mas não é só na Oktoberfest que devemos achar necessária.
A fiscalização, por si só, não é o fim, mas um dos instrumentos que sustentam a segurança viária. O verdadeiro avanço ocorre quando cada condutor entende que dirigir após beber não é apenas uma infração, mas uma escolha que coloca em risco a própria vida e a de todos ao redor.
Com o trânsito não se brinca.
Lucio R. Beckhauser, Agente de Trânsito, Especialista em Direito de Trânsito
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não tem blitz porque nessa festa pode tudo os turistas fazem o que querem se tiver blitz eles não vem mais dinheiro dinheiro e mais dinheiro segurança em último lugar as blitz retornam dia 27 kk
perfeito seu conteúdo abordando este assunto.
É uma piada e um deboche achar que a festa não tem nada a ver com a falta de fiscalização com blitz.
Bom no período de festa vi em algumas noites blitz sim e até mesmo a fiscalização dos motoristas de alegorias,mais acredito que há questão mais importante para ser vista em nossa Blumenau, como a segurança pública e a saúde da nossa cidade que está bem ruim, nosso prefeito titoker é uma piada, porém ele foi o único que conseguiu tirar os andarilhos das ruas do centro, mais temos muito a melhorar, precisamos de menos festas e mais trabalhos para melhorar Blumenau de verdade…..
puro interesse público pra festa ocorrer sem problemas.afinal é festa da bebida não é?
e bebida e direção não combina não é?
as blitz recomeçam normalmente quando finda a festa e o grosso entra novamente nos blumenauense.
deveria ter muito mais segurança achei o CÚMULO NÓS QUE MORAMOS AQUI TERMOS QUE ATURAR ESSES TURISTAS ANDANDO DE PATINETES NO MEIO DA RUA 15DENOVEMBRO. ELES PODEM FAZER TUDO, E NÓS COMO FICAMOS?
Não sou de Blumenau, mas há sim blitz durante o evento.
Compartilho um breve relato:
Estive no dia mais movimentado da Oktoberfest de todos os anos. Fiquei em Blumenau por aproximadamente 8 horas, considerando desfile + festa na Vila Germânica.
Fui com minha mãe e esposa.
Peguei a BR470 e passei pela PRF e me submeteram ao teste do bafômetro, ao qual não acusou nada pois consumi excelentes choops sem álcool no evento.
É possível curtir o evento e cumprir com nossas responsabilidades.
Espero que todos entendam a responsabilidade que é dirigir, por isso não devemos estar alcoolizados ao volante.
é
É simples assim!