Opinião | Para nossa sorte voltar: impeachment já!

Foto: Marcelo Martins

Você já imaginou se os governantes seguissem recebendo sobrenomes após seus períodos de liderança, como ocorria com os romanos? Seria divertidíssimo… o prefeito Mário Hildebrandt, por exemplo, talvez recebesse o título de “o azarado”, ou “o mais amado de Taió”. Eu explico: em uma reviravolta no destino, a cidade de Blumenau encontrou-se navegando em águas tumultuadas desde que o atual gestor assumiu o cargo.

Embora o que se segue seja uma brincadeira minha, refletindo a infeliz coincidência de fatos que marcaram os últimos anos e o mandato do político, é inegável que o azar parece ter se tornado o principal aliado neste tempo que ele ocupa o terceiro andar da prefeitura de Blumenau. Tal é o tamanho de suas desventuras que, para devolver a sorte para o povo da cidade eu lanço a campanha: impeachment já! Uma ideia, evidente, puramente humorística.

Tudo começou em 2018, quando a cidade foi atingida pela greve dos caminhoneiros que paralisou o Brasil. Algo que parecia como um alerta para uma maldição iminente desde a posse do prefeito, que estava substituição a Napoleão Bernardes. Embora 2019 tenha passado de maneira um pouco mais tranquila, o espírito de contestação não abandonou os blumenauenses, e greves e protestos continuaram a causar desconforto. Além de uma forte redução no ritmo econômico do país.

No fatídico ano de 2020, a pandemia de COVID-19 deu as caras. Ninguém sabia como enfrentar a doença, e as dificuldades do mundo encontraram no país mais confusão. Em Blumenau, as medidas de contenção da doença tiveram um impacto particularmente desafiador, equilibrando ciência, notícias falsas e uma eleição. E como se a cidade já não estivesse em uma maré de azar suficiente, em 2021, o vírus ainda persistia como uma ameaça, forçando, por exemplo, o cancelamento da Oktoberfest pelo segundo ano consecutivo.

O ano de 2022 não foi mais ameno, pois a encrenca mudou de ares e passou a ser política. Uma disputa acirrada e, às vezes, irracional, praticamente paralisou o segundo semestre da cidade, deixando os blumenauenses com a sensação de que o azar era uma força sobrenatural conspirando contra.

E então chegamos a 2023, um ano que parece não ter fim em termos de malogro. Um ataque covarde em uma creche chocou a cidade, trazendo uma sensação de insegurança que persiste. Além disso, as enchentes se sucederam, agravando ainda mais a situação e tornando cada dia uma batalha contra a natureza. Estima-se que só em outubro as chuvas levaram 40% do faturamento previsto pelas empresas instadas na cidade.

Curiosamente, é notório que o azar que aflige a população de Blumenau se traduz em uma estranha sorte para o incumbente prefeito. Afinal, cada novo episódio sofrido da comunidade exige dele medidas de grande repercussão, recebendo toda a projeção natural que o exercício do cargo garante.

Embora este artigo seja uma brincadeira, não podemos negar que o prefeito tem enfrentado desafios incrivelmente difíceis durante seu mandato. Como 2024 se aproxima, o último ano da gestão Mário Hildebrandt, quem sabe, após 2025, a sorte finalmente sorri para a cidade, e a próxima ou próximo chefe do executivo municipal encontre tempos melhores. E que as desventuras se tornem apenas lembranças de tempos passados.

Tarciso Souza, jornalista e empresário.

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