Opinião: o que passou, passou, se foi

O ano de 2022 começou bem nostálgico para a geração Millennials. Nas duas primeiras semanas de janeiro já tivemos estreias de filmes e novelas que marcaram os anos 2000. A plataforma de streaming, HBO Max, trouxe o ‘De Volta a Hogwarts’, um especial que comemora os 20 anos desde o lançamento do primeiro filme da saga do bruxo Harry Potter (HP), que estreou nos cinemas em 2001. Já a Netflix apostou no remake de Rebelde (RBD), novela teen mexicana lançada em 2004, que também foi sucesso entre crianças e adolescentes.

Eu assistia e era fã dos dois! Aliás, sou, né? Faço parte dessa geração que, se não é unânime, mas é maioria, que também curte muito HP e RBD. Perdi a conta de quantas vezes repetia o aluguel dos filmes do bruxo na locadora e de quantos pôsteres, revistas, cards e camisas tinha do Rebelde nas paredes do quarto. A mãe ficava doida porque dizia que gastava dinheiro comprando só papel pra forrar a casa. Aquela coisa bem de adolescente que comprova, por meio de coleções, o amor pelos ídolos.

De fato, um janeiro muito nostálgico, que nos deixa com ainda mais saudades do passado. Acredito que a nossa geração é uma das mais saudosistas. É um desafio não comparar o que foi os anos 2000 com o que se tem agora. Sempre acreditamos que “na nossa época” era melhor e fazia mais sentido. Um pouco de egoísmo nosso também. Quando a gente lembra de algo antigo, como, por exemplo os que citei acima, a lembrança remete a um estado de espírito que vivíamos na época.

O filme do Harry Potter, por exemplo, me trouxe a lembrança de quando a mãe me levava no sábado de manhã para escolher os DVDs que iríamos ver durante o fim de semana. Com aquilo, eu sabia que no sábado eu primeiro iria assistir o filme, depois poderia ficar no MSN conversando com meus amigos da escola até tarde e aí, de quebra, jogar um pouco de ‘The Sims’ no computador. Já Rebelde, eu lembro de colocar roupas parecidas com as das atrizes e tentar copiar a mesma maquiagem (incluindo a estrelinha na testa de Mia Colucci), além de fazer cover da banda com meu primo e imitar as falas dos personagens.

São memórias que nos pegam de supetão. É uma conexão individual e coletiva com o passado. Temos uma sensação de pertencimento quando encontramos alguém que também gostava e que também lembra com saudade disso tudo. Reviver as “coisas” desse tempo me traz sensações positivas e, ainda, penso que nos ajuda a encontrar o propósito para seguirmos em frente e aproveitarmos o tempo presente, pois o que passou, passou, se foi e não volta mais.

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