Opinião | Não há nada para comemorar neste dia primeiro

Imagem: "Os retirantes", de Candido Portinari

O primeiro de maio é a principal data de luta dos trabalhadores. Em qualquer país civilizado este é um dia de luta e reflexão.  Por aqui, o povo vai se reunir em frente a prefeitura para defender deputado que defende a retirada dos seus direitos. Vai entender!

A história do primeiro de maio remonta a segunda Internacional Socialista de Paris. O congresso de trabalhadores realizado em 1889, reuniu partidos socialistas e sindicatos de toda Europa e convencionou-se 1º de maio como Dia do Trabalhador, uma homenagem a trabalhadores americanos mortos três anos antes na cidade de Chicago. Os trabalhadores americano lutavam por redução na jornada diária e melhores condições humanas de trabalho.

Por aqui, neste domingo, no quarto primeiro de maio do desgoverno do Governo do genocida e no quinto depois da tão propagada reforma trabalhista promovida pelo governo Temer e seus golpistas, os trabalhadores não tem nada a comemorar. A reforma que prometia 6 milhões de empregos e vendia-se como a ponte para o futuro produziu 12 milhões de desempregados. Sim o que temos de desempregados hoje no Brasil é o dobro da promessa dos arautos da reforma trabalhista.

Segundo o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil é a nona pior estimativa de desemprego no mundo, no ano (13,7%), bem acima da média global prevista para o ano (7,7%). Um cenário que é fruto da crença que o mercado é capaz de liderar no processo de desenvolvimento de solucionar os litígios e contrato envolvendo o capital e o trabalho. Uma ideologia cega e burra e presa ao pensamento econômico do século XVIII. Só é aceita porque é constantemente papagaiada por economistas e ideólogos neoliberais. Viramos um país de desempregados e sobreviventes de bicos.

Não precisa ser um gênio para perceber que junto com o desemprego vem a fome e a miséria. Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, cerca de 43,4 milhões de pessoas não acessam alimentos em quantidade suficiente. Um exército de famintos que chega a 20,5% da população. Os dados utilizados na pesquisa são de 2020, se contarmos que desde então a inflação e o desemprego não tem arrefecido, a realidade deve ser ainda pior.

Porém, neste cassino neoliberal nem todos perdem. Se a fome e o desemprego aumentou, a Brasil de Temer e Bolsonaro produziu também uma minoria de milionários. Só em 2020, 40 novos. Esses correspondem a 1% da população e concentram 49,6% da riqueza nacional. Segundo o relatório da Riqueza Global, pelo banco Credit Suisse, neste dado o Brasil está quase acima de todos, só a Rússia de Putim, o novo melhor amigo do Bozo é mais desigual que a gente.

Deixa eu te falar uma coisa, se você não está entre este 1% da população, você deveria se preocupar seriamente com os outros 20%, antes que essa régua chegue em você.

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