Opinião | Não é mais Esquerda vs Direita, o Brasil está dividido entre patriotas e capachos de Trump

Imagem gerada com IA

Por muito tempo repetiu-se que o Brasil estava dividido entre esquerda e direita. Uma narrativa conveniente, mas cada vez mais falsa. A verdade incômoda é outra: o Brasil está rachado, sim — mas entre os que ainda acreditam no país, e os que transferiram sua lealdade para um estrangeiro narcisista, racista e golpista chamado Donald Trump.

Sim, esse mesmo. O bilionário que tentou um golpe de Estado nos EUA, que flerta abertamente com o fascismo, que dissemina desinformação como quem respira. E que, curiosamente, tornou-se o farol ideológico de uma parcela expressiva da política brasileira.

A extrema direita brasileira não é conservadora — é submissa. E não é exagero: temos deputados, senadores e formadores de opinião que fazem campanha mais entusiasmada por Trump do que por qualquer causa nacional. Que citam o ex-presidente americano mais do que falam da Constituição Brasileira. Que aplaudem decisões da Suprema Corte americana, mas deslegitimam o STF. Que desfilam com bandeiras dos EUA, mas chamam a bandeira nacional de “esquerdista” se usada por alguém que não reza pela mesma cartilha.

Essa adesão cega ao trumpismo também tem endereço certo. Em estados como Santa Catarina, essa submissão ideológica virou moeda eleitoral. O bolsonarismo catarinense, majoritário e barulhento, transformou parte da população em cópia carbono do trumpismo: negacionismo, culto à masculinidade tóxica, “Deus, Pátria, Família” escrito em inglês e ódio como projeto político. A ponto de termos visto, em 2022, urnas pichadas com frases como “Trump 2024”, como se o resultado da eleição brasileira dependesse do Arizona.

Não estamos falando de debate ideológico. Estamos falando de adesão colonizada.

É o bolsonarismo internacionalizado, que perdeu a conexão com o Brasil e se converteu em satélite do trumpismo. E, nesse novo mapa de forças, já não faz sentido discutir esquerda ou direita, porque a extrema esquerda, sejamos honestos, nunca teve força política real para disputar poder de fato no Brasil.

A real divisão hoje é entre quem está do lado do Brasil — com todos os seus problemas, sim, mas com soberania, democracia e respeito às instituições — e quem age como sucursal ideológica de outro país.

É possível criticar Lula, o PT, o centrão, o STF, o que for. Isso é democracia. Mas não dá para fingir que seguir Trump cegamente, importando métodos, mentiras e até estética de campanha, seja uma “visão de país”. Isso é submissão. É covardia. É traição simbólica à própria pátria.

Enquanto isso, os problemas brasileiros seguem: desigualdade, fome, colapso climático, violência e racismo estrutural. Mas para os trumpistas tropicais, nada disso importa. Só importa gritar “fraude”, defender armas e sonhar com um Brasil que imite a distopia conservadora americana.

O Brasil está dividido, sim. Mas não como eles dizem. A verdadeira fenda é entre os que querem construir um país soberano e justo, e os que querem transformar a política nacional em uma caricatura ridícula dos Estados Unidos.

Você escolhe de que lado está: do Brasil ou de um ego alheio, laranja e decadente.

Marco Antônio André, advogado e ativista de Direitos Humanos

4 Comentário

  1. Aprende-se pelo amor ou pela dor!
    Infelizmente é chegada a hora de aprender pela dor (no bolso)!

    Excelente artigo!!

  2. Dá nojo ter que ler tanta besteira num só artigo.
    cadê a sua consciência!!!

  3. Excelente artigo. Com exceção de algumas rezes que continuam mugindo

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*