Opinião | Mulheres na política para fazer a diferença!

Foto: reprodução

No mês dedicado as mulheres quero trazer uma reflexão que penso ser necessária, visto que 52% dos eleitores no Brasil são do sexo feminino. Infelizmente, ainda ouço, até de amigas e familiares, algumas mulheres afirmarem que não gostam de política e, muitas vezes, complementam dizendo que nem exercem o seu direito a votar, de escolher os seus representantes, sejam nas esferas municipais, estaduais ou federais. Por formação sou contador e bacharel em Direito, mas estou há muitos anos trabalhando em cargos políticos e, fruto dessa vasta experiência, posso afirmar que as mulheres devem votar sim e, vou mais longe, ocuparem cargos políticos e de liderança. O sexo feminino tem algumas  características que, por mais que os homens se esforcem, não conseguem ser tão bons quanto elas.

O fato é que devemos eleger para prefeitos, vereadores, deputados estadual e federal, governadores e presidente aqueles candidatos que, para nós, inspirem mais confiança e acreditemos que estejam mais preparados para exercer a função, independente do gênero. Ao longo dos anos, tenho visto  a maioria desses cargos serem ocupados por homens. Alguns, com certeza, eram os mais preparados, mas será que todos?  Será que não teríamos uma candidata tão boa ou até melhor do que o eleito?

Caso as mulheres se candidatassem mais e também acreditassem mais nas representantes do sexo feminino, talvez esse quadro fosse diferente. Afinal, se a maioria dos eleitores é do sexo feminino, deveria haver mais mulheres eleitas. Trago aqui alguns exemplos do que estou falando.

Blumenau, cidade onde moro, dos 15 vereadores eleitos, em 2020, temos apenas 3 mulheres.  Mas, temos um bom exemplo, a cidade é administrada por um homem, prefeito Mário Hildebrandt, que acredita na força feminina e, no último pleito, foi eleito junto com a primeira vice-prefeita da história da cidade, Maria Regina Sohar. Ela, inclusive, assumiu interinamente o cargo do prefeito, sendo também a primeira prefeita da história blumenauense.

Mesmo com bons exemplos, a participação feminina na política ainda é pequena. No Governo do Estado, que a gestão teve início esse ano, dos 23 cargos de lideranças, entre secretários e presidentes de autarquias, apenas 6 são ocupados por mulheres. Dos 295 municípios catarinenses, apenas  28 prefeitas foram eleitas, ou seja, 9,49% das prefeituras são lideradas por mulheres.

Um fato inédito em Santa Catarina foi a eleição, no ano passado, da segunda vice-governadora da história do Estado, desde a década de 50. Em 2019, tivemos a primeira vice-governadora na história, Daniela Reinehr, que por um período assumiu o Governo do Estado. E, agora, temos Marilisa Boehm. Desde o início da República, em 1889, o Brasil teve apenas uma presidente e 16 governadoras  em todo o País. E dessas somente 8 foram eleitas para o cargo, as demais eram vice-governadoras que ocuparam o posto com a saída do titular.  Atualmente, a representação na Câmara de Deputados Federais é de 17,7% e no Senado de 15%, com uma catarinense, Ivete Silveira, que era suplente e ocupou o cargo do senador Jorginho Mello, eleito Governador do Estado. E, em Santa Catarina, dos 40 deputados estaduais, apenas 3 são mulheres, menos de 10%.

Com essa reflexão, quero dizer que, assim como os homens devem incentivar as mulheres a ocuparem mais espaços na política,  elas também devem se interessar mais pela disputa. Acredito que teríamos governos, sejam municipais, estaduais ou federal, muito mais equilibrados, pensando na população como um todo, se houvesse mais mulheres em cargos de liderança. E sigo acreditando que, no próximo pleito, teremos mais mulheres disputando cargos políticos e sendo eleitas. Sou um fã da capacidade feminina.

André Espezim, Secretário de Comunicação na Prefeitura de Blumenau.

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