Opinião | Lula falou, o mundo aplaudiu – e Trump se rendeu em 39 segundos

Fotos: reprodução

A abertura da Assembleia Geral da ONU trouxe um contraste que dispensa manual de ciência política. Em vinte segundos de fala, Lula conseguiu aquilo que Trump não alcança em vinte anos: atenção, simpatia e o respeito de quem ainda acredita que política não pode ser apenas um negócio de família.

Lula sobe à tribuna como quem sabe que carrega uma tradição: o Brasil sempre abre os discursos. Ele não fala só de Brasil, fala de soberania, de justiça, de respeito às regras internacionais e da necessidade de solidariedade global. Pode parecer piegas, mas funciona. Em um fórum onde cada país pequeno se sente engolido pelas potências, ouvir alguém bater de frente com a lógica do “manda quem pode” é música para os ouvidos.

Trump, por sua vez, entra em cena com a velha cartilha: “America First”, protecionismo, ameaças veladas e justificativas para tarifas e sanções. Ele fala como quem olha para o espelho, não para o planeta. É um discurso que agrada a sua base interna, mas que, no ambiente da ONU, soa como o cara que chega numa reunião de condomínio dizendo que não paga taxa e que vai colocar cerca elétrica na vaga de garagem.

O detalhe curioso é que, no encontro pessoal entre os dois, Trump levou apenas 39 segundos para admitir que “gostou” de Lula. Não foi amor à primeira vista, mas foi o suficiente para desmontar a caricatura que ele próprio tinha alimentado. A imagem do brasileiro como um adversário ideológico duro caiu por terra diante da simpatia calculada de Lula, que sabe como transformar até um ex-presidente hostil em alguém disposto a ouvir.

A diferença entre os dois é gritante. Lula constrói pontes, Trump ergue muros. Lula fala de instituições, Trump fala de negócios. E é por isso que, ainda que os EUA tenham poder militar e econômico, o Brasil conseguiu arrancar aplausos simbólicos em segundos. É o poder do discurso contra o peso da marreta.

No meio disso, sobra o bolsonarismo: um movimento anti-pátria, que aplaude submissão e torce contra qualquer gesto de soberania nacional. Depois da cena na ONU, ele pode estar com os dias contados. Ou não – até porque Trump é o Trump, e sempre há quem prefira a retórica do muro ao esforço de construir uma ponte.

Marco Antônio André, advogado e ativista de Direitos Humanos

4 Comentário

  1. O discurso de Lula na ONU não trouxe surpresas , defendeu Cuba, Venezuela, disse que traficante não é terrorista, defendeu o Hamas e novamente quis medir forças com a maior potência econômica do mundo .
    Obviamente que o discurso foi escrito por Celso Amorim, já que Lula não tem a capacidade de escrever um discurso . Trump abraçou Lula, convidou para um encontro que com certeza não vai ocorrer , já que Lula se enrolou todo somente conversando com uma jornalista americana . Trump foi cirúrgico, colocou Lula novamente em uma sinuca de bico , quando diz ter gostado do brasileiro Luiz Inácio. Agora Lula precisará mudar seu discurso , mas sabemos que isto não vai ocorrer , já que seu foco é vingança e união com países socialistas .

  2. Leitura no mínimo equivoca para não dizer outra coisa. Trump colocou lule no bolso.

  3. O povinho da direita tá sempre com esse discursinho aí de vocês baratinho..Aceita que dói menos faz um L…

  4. …. “um negócio de família.“ Quem falou isso, onde esta isso. Pessoas idosas que nao sabem ler, pessoas que nunca pegaram em uma arma, etc.etc. Foram condenadas as anos de prisão, sem um devido processo normal. Passa ser negócio de família. O Presidente do USA, deu foi uma baquetada no sapo barbudo. O Brasil esta indo contar o que vc prega. Sanções para quem usurpou os direitos humanos. Sanções para quem apoia regime terrorista, etc. Pare com essa retorica de família.

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