Na eleição deste ano em Blumenau, uma dúzia de candidatos disputam o direito de sentar no dia primeiro de janeiro de 2021 na principal cadeira da prefeitura. Para ocupar a vaga de prefeito, há candidatas e candidatos de todos os tipos. Alguns nomes com expressão, já conhecidos do eleitor, outros experientes, há conhecidos sem expressão e os chamados outsiders. Há até candidato a prefeito que na verdade queria ser candidato a vice. O cardápio é completo.
Com essa diversidade de nomes e de tipos de candidatura a prefeito, não há como não perceber as articulações composição ao cargo de vice-prefeito. O cargo, que é polêmico, é destinado a escolher um nome que assume no caso do o prefeito precise se ausentar por motivo de viagem, licença, ou tenha o mandato cassado. Uma espécie de garantia ao eleitor que ao votar em uma candidatura a prefeito, escolhe um projeto para a cidade e que caso esse se afaste, haverá uma continuidade no contrato político. Há quem defenda a extinção dele. Blumenau está sem vice prefeito desde 2018 e ninguém percebeu.
Na teoria o segundo na hierarquia do executivo é um aliado, porém não é raro que depois de empossados passem a se estranharem. Alguns viram até inimigos políticos.
A escolha do nome não se dá apenas por afinidade ideológica ou partidária. O candidato a prefeito e vice geralmente são representantes de duas forças que se unem para conquistar o poder. Não raro, o candidato ao posto número um da hierarquia aceita o número dois a contragosto. Um exemplo é o próprio presidente Jair Bolsonaro, que já declarou publicamente que o general Hamilton Mourão não era o seu vice dos sonhos.
O fato é que a escolha do vice é importante não só para quem quer chefiar o executivo, mas também para o eleitor. No Brasil e em Blumenau, não é raro os vices assumirem o lugar do titular. Na presidência da república, até hoje já foram oito vice-presidentes que assumiram definitivamente o governo do Brasil. Por aqui na história recente, tivemos Victor Fernando Sasse e Mario Hildebrandt que assumiram depois da renúncia dos titulares. Na atual eleição, assim como os candidatos a prefeito, há vices de todos os tipos.
Se na cultura do futebol, o vice não é valorizado, na política ele pode até não mandar, porém pode se transformar em um problema e até definir o destino de um governo. Dilma que o diga!
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