Opinião: escolhemos políticos com a mesma paixão que assistimos o BBB

Quais serão os primeiros eliminados da disputa eleitoral que se avizinha? Que temas dominarão os debates? E como ficarão os grupos para o embate? A primeira prova que filtrará os candidatos ocorre logo mais, em abril, com definições de partidos para corrida às urnas. Do lado de cá, das torcidas, dos eleitores, a tensão e expectativa cresce todos os dias. Que ráios será o fim desta idiotice de momento que assistimos e divide a nação?

Talvez, na história da humanidade, não existiram outros que tiveram o papel tão forte na união de povos e causas como Mandela, Martin Luther King Jr. e Gandhi. Carecemos de lideranças assim, com paz de espírito para semear um Brasil menos conflituoso, construindo gerações mais harmoniosas, colaborativas… É como disse Madiba uma vez: “Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”.

Paixões e dramas estão cada vez mais fortes quando o assunto é eleições. Discute-se nomes, personagens, ao invés de ideias, propostas. O debate é de exclusão. A convergência parece impossível nestes tempos estranhos.

Tudo é um grande show… de horrores! O entretenimento que virou a democracia brasileira, especialmente na redes sociais, lembra muito o desenrolar do Big Brother Brasil, que captura a atenção para além da telinha. E isso não é bom!

Hoje, se você está fora de sua bolha de relacionamento, de pessoas queridas, corre o sério risco de envolver-se em um duro conflito ao expor seu pensamento sobre um determinado aspecto de tudo. Questionar é o suficiente para sofrer ataques furiosos. E quanto mais irracional lhe pareça o assunto, maior é a chance de este ser o gatilho que desencadeie uma louca e doentia defesa de alguém, ou alguns, que você não esperava.

Estamos todos emparedados. Mesmo vivendo indiferente ao mundo da política, buscando a mais absoluta discrição, sofremos o impacto dos ruídos emitidos por atores das mais diversas espécies. Convenhamos, todos assemelham-se em alguns pontos, constroem pouco, destroem muito, oferecem retóricas e quase nenhuma esperança. A dinâmica não muda, compreende?

Dos nomes e seus exércitos apresentados até aqui para a eleição de 2022, nada parece realmente construir um futuro diferente. Sobram falas enfáticas, promessas vazias, uma porção de demagogia, falta clareza e respeito ao futuro de uma pátria inteira.

E ai tentam encaixar qualquer um em caixinhas. Quarto da esquerda, direita? É o time dos comunistas, dos capitalistas? Fala a verdade: isso lá faz alguma diferença? Vamos pensar: defender os mais pobres, com a força do Estado, faz da pessoa um comunista? Prazer, estou aqui! Compreender que o governo deveria interfirir menos dos mercados é coisa capitalistas? Espia a mão direita levantada para mim. Repito: não faz o menor sentido!

O jogo já começou. Não existem anjos neste vácuo de lider. Ao fim esperamos todos espantar monstros e agressões. Que a programação pós-eleição ofereça o retorno da alegria, do desenvolvimento e oportunidades para todos os brasileiros.

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