Opinião: Ah! A Cerveja

Foto: reprodução internet

Por Aroldo Bernhardt – Professor

Nesses tempos de tanto maniqueísmo, de tantos monólogos e poucos diálogos, de intensos confrontos de um lado e de outro e, como a nossa “Ocktoberfest” se avizinha, vou tratar de um assunto que pode agradar e unir – a cerveja.

Conhecida no mundo inteiro como o país da cerveja, a Alemanha preserva, há centenas de anos, costumes e tradições relacionadas à bebida. As cervejas alemãs são bem conceituadas, e um dos fatores determinantes é a Reinheitsgebot – Lei da Pureza da Cerveja, instituída em 1516 na Baviera.

Essa lei, que é seguida à risca pela maioria das cervejarias do país e, também por outras cervejarias pelo mundo, determina que na produção da cerveja sejam utilizados somente água, lúpulo, malte e levedura (fermento natural), o que confere um padrão de qualidade às receitas.

Outra tradição secular preservada pelo povo germânico é o ato de brindar, que é considerado quase tão importante quanto a qualidade da cerveja. E na hora do brinde, não vale apenas tocar os copos: é preciso, também, olhar nos olhos de cada um dos participantes. O costume é antigo e remonta a diferentes culturas. Inicialmente, representava uma saudação aos deuses como gratidão pela bebida.

E a nossa Blumenau, que aniversaria daqui a pouco, no dia 02 de Setembro, é a Capital Nacional da Cerveja. A cidade fundada que foi por alemães em 1850, teve a sua primeira cervejaria já em 1860, propriedade da família Hosang, A cerveja, portanto, tanto para os alemães e quanto para os blumenauenses tem um valor que transcende a dimensão econômica, da geração de renda e empregos e se insere como um valor cultural.

Tanto é assim que alguns dos acontecimentos mais importantes na história da ciência, da tecnologia e da civilização devem créditos a essa bebida extremamente popular.

Com a ajuda do dourado líquido fermentado, o homem deixou de ser nômade, escreveu algumas das primeiras palavras de que se tem registro, ergueu impressionantes monumentos arquitetônicos, atravessou continentes e salvou milhões de vidas.

Mais do que isso, a busca pela perfeição de uma das bebidas mais antigas produzidas pelo ser humano também trouxe avanços fundamentais para a ciência moderna. Não é à toa que nomes como James Joule e Louis Pasteur – cientistas que trabalharam para a indústria cervejeira – são obrigatórios nos livros didáticos de hoje.

Bem, tem a questão da “barriguinha de cerveja” que alguns até ostentam como uma espécie de troféu, mas que, na real, se trata de algo não recomendável, tanto esteticamente como pela saúde.

E porque isso ocorre? Acontece que a cerveja como tantos alimentos e bebidas deliciosas contém muito carboidrato ou seja que produzem glicose (açúcar sanguíneo) de forma acelerada. Daí existem na praça alimentos com baixo carboidrato, conhecidos pela expressão “low carb” (baixo carboidrato em tradução livre). Mas, e a cerveja, como fica?
Muito bem, para júbilo dos apreciadores da boa cerveja e cautelosos com a “barriguinha” e com a saúde, aqui na nossa bela e Santa Catarina foi recentemente desenvolvida a primeira “cerva” zero carboidrato do Brasil.

É claro que devemos todos beber com moderação, aliás a sugestão de consumo é de 500 Ml/dia (20g de álcool) e a determinação de “se beber não dirija” continuam válidas.

Antes de encerrar uma homenagem à minha saudosa mãe Martha (“precocemente” falecida aos 93 anos) que, no seu sempre carregado sotaque alemão, dizia: “cerveja é pão líquido”

Ein Prosit! Und Zum Wohl!

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