Opinião | A diversidade econômica catarinense e o enfrentamento do tarifaço de Trump

Foto: Eduardo Valente/GOVSC

É de costume para alguns cronistas e políticos brasileiros falar sempre que aparece qualquer dificuldade mais complexa de: “crise” ou “uma grave crise econômica e política” que assola o país, pois desde criança ouço que a cada ciclo em anos ou até meses, tem-se uma enfermidade político econômica incurável. Na verdade, o que ocorre, é que é importante enfrentar problemas sem aumentar a sua anatomia e escopo, portanto é preciso coragem e técnicos/intelectuais para este enfrentamento.

A diversidade cultural catarinense, trazida pelos imigrantes e migrantes, refletem em uma economia com uma vocação distinta de região para região, como já explanei em colunas anteriores que escrevi. Acredita-se que estes componentes fazem com que o enfrentamento de dificuldades fortaleça cada vez mais este modelo diverso, independente, descentralizado, que respira liberdade econômica e com pouca interferência estatal, sejam a receita para vencer obstáculos, dentro desta caracterização ímpar do estado de Santa Catarina.

Dados recentes sobre empregabilidade no Brasil, divulgados em agosto deste ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) mostram que a taxa de desemprego no estado, caiu para 2,2% e com isso alcançou, além da liderança nacional em empregabilidade, o pleno emprego, superando a média deste indicador da zona do euro e até mesmo dentro do G7. O número de migrantes em busca de oportunidades no estado de Santa Catarina, denota esta realidade. O mesmo IBGE, por exemplo, trouxe dados do estado de Pernambuco sobre este indicador e apontou 10,4% de taxa de desemprego.

Os dados apontados no parágrafo anterior apontam para fatos e não narrativas, pois muitos colegas acadêmicos referenciam estes índices do nosso estado como “ligeiramente acima da média de outras unidades da federação”, o que é uma narrativa, além de fora da realidade, com um cunho até mesmo ideológico que nada se constrói. 

Conforme abordei em minha coluna anterior, o tarifaço imposto ao mundo pelo governo de Donald Trump, que nada mais é de que uma negociação forçada para correção de tarifas, pode ser enfrentado com a diversidade econômica de produtos e serviços que o estado possui. Apesar de ser um momento de incertezas, dificuldade e até mesmo crise, podem surgir oportunidades de exportação para outros mercados, fabricação e prestação de serviços para o mercado interno como: software, agronegócio, cooperativismo, eventos, indústria de transformação etc.

A consciência média histórica do catarinense aponta para o enfrentamento de dificuldades e não para um autoflagelo: “uma grave crise econômica e política que precisamos debater”, esta cantilena nunca chega a lugar nenhum e o que os nossos antepassados diversos nos ensinaram foi, “ação e razão”. É preciso sempre deixar de lados cores partidárias, vitimização e a passionalidade, esta postura deve ser a solução para o enfrentamento de dificuldades, pois todas são passageiras.

Prof. Leonardo Furtado, Doutor em Desenvolvimento Regional

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