O que pode unir – ou desunir definitivamente – os projetos do PL e PSD para 2026 em SC

Foto: GOVSC

Nos bastidores da política catarinense, ganhou força a informação de que PL e PSD buscavam algum tipo de aproximação de olho na eleição de 2026. Como está posto no calendário pré-eleitoral estadual, as principais peças são o governador Jorginho Mello e o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, ambos do mesmo espectro político, de direita.

Os sinais foram dados durante a abertura da Efapi, principal evento de Chapecó, quando os dois conversaram e, na entrevista, moderaram o tom, sem nunca sinalizar abrir mão dos projetos, é verdade. Mas, além das câmeras, muitas conversas reservadas foram feitas. E um nome é fundamental nestas conversas: o deputado estadual Júlio Garcia (PSD), presidente da Assembleia Legislativa.

Desde que o cenário de disputa entre Jorginho e Rodrigues surgiu, muita gente, inclusive o Informe, sempre apostou na união das duas lideranças, de olho em 2026, mas com projeto eleitoral para 2030. A lógica é simples: Jorginho é o candidato natural à reeleição, faz um governo bem avaliado, é aliado de Jair Bolsonaro (PL) e lidera o 22 em Santa Catarina.  E João Rodrigues, com mandato até 2028, seria o candidato em 2030.

Mas os movimentos do primeiro semestre os afastaram. E agora sinalizam pequenas aproximações.

Mas o que é decisivo para que aconteça?

O cenário eleitoral nacional é fundamental. Se o PSD tiver um candidato à Presidência da República, o palanque em Santa Catarina será necessário, além de ajudar a turbinar a candidatura de João Rodrigues. Caso a direita se una em torno de um outro nome, como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o PSD fica sem um candidato para chamar de seu, o que praticamente inviabiliza a candidatura no estado no cenário em que o governador sai em vantagem.

Outro ponto a ser observado é a intenção de João Rodrigues de deixar o mandato ainda em novembro, já anunciada, sendo que, pela lei, poderia fazer isso em abril. Se ele realmente sair e ficar sem mandato, muito dificilmente não estará nas urnas catarinenses em 2026.

Mas quer dizer que não poderiam estar juntos na mesma chapa? Basta ver a dificuldade de Jorginho Mello em abrigar os aliados atuais na futura composição, pois, além do nome dele, as duas vagas do Senado parecem sacramentadas, com a deputada federal Caroline de Toni e o vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. Sobraria a vaga de vice na chapa, que poderia, sim, ir para o PSD, mas para Júlio Garcia e não João Rodrigues, pelo perfil do prefeito de Chapecó.

Mas tem um fato, que não dá para chamar de novo, que não pode ser descartado. O julgamento, pelo TSE, do processo que envolve o senador catarinense Jorge Seif (PL), que, caso condenado, pode perder o mandato e obrigar uma eleição suplementar. Abriria uma terceira vaga ao Senado, uma prioridade do campo político do bolsonarismo.

E, por fim, ainda como reflexão, é preciso ver se valerá o pragmatismo de Júlio Garcia ou o ímpeto de João Rodrigues. Dentro do PSD, existe a clara percepção do sucesso eleitoral para o governo no enfrentamento com Jorginho Mello contra qualquer adversário, e um resultado ruim nas urnas poderia comprometer projetos políticos além de 2026.

É isso. Se você acha que tiramos estas reflexões por conta própria, enganam-se. Conversamos com uma liderança do PL e do PSD que fizeram estes desenhos.

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