O homem público em sua essência, a imprensa e a democracia
Esta eleição está uma briga de foices, até difícil fazer uma análise lúcida sobre o resultado das urnas e o que ela representa nos próximo 4 anos do nosso dia a dia.
Em outros anos quando olhávamos para os nomes dos candidatos, números, a movimentação política e econômica, a popularidade e a capacidade de identificação do eleitor, não diria fácil, mas natural identificar quem seria o vencedor do pleito. Mas neste ano a eleição está sob uma nuvem escura, devido às circunstâncias em que nos encontramos como povo, país, poder, estado, etc.
É natural em um país em que a polarização tomou conta do debate público, que, ao lermos uma tentativa de análise, que observa nada mais, nada menos que o nosso dia a dia, a sua parada no posto para abastecer até a capacidade de uma família que está na pobreza de comprar o seu alimento, tratamos com desconfianças e a acusamos de estar carregada de uma certa ideologia – não acredito que exista debate sem ideologia, elas fazem parte da nossa construção e percepção de mundo, levando em conta que a nossa sobrevivência depende de um mundo externo confortável a nós, somente a nós, inclusive em uma tentativa incansável de construção.
O tempo da campanha eleitoral, é um tempo em que o político por si, tenta ser o mais popular possível e a imprensa o coloca em uma necessária exposição, para que como pessoa pública, seja assim de fato, público. O homem público em sua essência, transparente.
Isso faz parte da democracia.
Ciro, agora sim candidato
Isolado com o acordo de neutralidade entre PSB e PT, Ciro Gomes, PDT, agora se coloca absolutamente como candidato.
Também no sentido técnico e do termo, mas também em seu discurso direto.
Em sua entrevista ao Central das Eleições da Globo News, o candidato saiu do discurso de currículo e passou ao papo de “eu vou fazer por você”.
Seu discurso se encheu de análises sobre o cenário e possíveis soluções, as famosas promessas.
Sobre isso: melhor aguardar e ver se analisado é viável, se viável é validado pelo eleitorado
e se validado, aconteça.
Manu pode vencer nestas eleições
Já foi “cortejada” por Ciro e agora é mira do PT. Nova de idade, mas grande no ativismo (e aqui não faço julgamento de valor sobre o seu ativismo, apenas de tempo e paixão), a menina Manuela D’Ávila, PCdoB, pode vencer nestas eleições, já que se manter sua candidatura, vencerá por suportar todo o sistema e estar nas urnas. Por ser a única do campo de esquerda que defende explicitamente uma aliança contra o que para ela é o real inimigo (um governo do centro para a direita). Se fechar uma aliança com o PT, cresce ainda mais como líder política, de uma geração carente por nomes, isso apesar de fazer uma aliança com um preso, mas que é líder em intenções de voto e ainda resiste.
E se não subir a rampa, ainda terá voz.
Amoêdo em Blumenau
Fui até um hotel em Blumenau para a entrevista do pré-candidato pelo partido Novo à Presidência João Amoêdo. Foi uma breve apresentação sobre o partido e depois abriram para perguntas.
Mas na verdade o que me chamou atenção aconteceu antes da “mini palestra”.
Ao chegar até o local antecipadamente, comecei a conversar com dois funcionários, um conversava muito pouco, ao contrário do outro.
Pela pergunta que fiz sobre a entrevista, entramos no assunto política, um está indeciso e o outro é eleitor do Bolsonaro. O que falava muito pouco era o eleitor convicto do candidato do PSL, que não sabia quem era aquele homem que falaria no hotel, teve pouco ou nenhum contato com o candidato, não participou de nenhuma das reuniões. Candidato esse que falou com a imprensa e a noite em uma palestra paga.
O eleitor vota por identificação.
Talvez Bernardinho seria um melhor nome para o Novo.






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