O desafio dos prefeitos das principais cidades do Vale Europeu

Os prefeitos de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), de Gaspar, Kleber Wan-Dall (MDB), de Timbó, Jorge Krueger (PP), e de Indaial, André Moser (PSDB), tem muitas coisas em comum. Dirigem os maiores municípios do Vale Europeu, tem administrações bem avaliadas, foram reeleitos em 2020 com ampla vantagem e  estão de aviso prévio. Isso mesmo, aviso prévio. Eles não podem ser candidatos à reeleição.

E só poderão ter chances de disputar um novo cargo eletivo em 2026. Os quatro tem no horizonte uma candidatura à Assembleia Legislativa ou até para Câmara dos Deputados. Ou seja, ficarão dois anos sem mandato e, consequentemente, sem vitrine para tentar buscar o voto do eleitor ali na frente.

Portanto, fazer o sucessor na eleição municipal é fundamental para manter o grupo de aliados unido. Mas não é tarefa fácil, se reeleger não é a mesma coisa que eleger uma outra pessoa. A transferência de votos não é automática.

O exemplo de Blumenau é emblemático. Todos prefeitos que buscaram à reeleição obtiveram êxito, mas nunca emplacaram sucessor.

Reeleito com mais de 70% dos votos no segundo turno, conhecido por uma gestão realizadora, Mário Hildebrandt sinaliza apoio a candidatura da vice Maria Regina Soar (PSDB), mas deixa claro que ela precisar consolidar seu nome. Fora ela, são poucos nomes do Governo para a disputa, que poderia jogar o prefeito nos braços de um outro projeto. Cogita-se que pode ir para o PL, apoiando um nome da sigla de Jorginho Mello e Jair Bolsonaro, mas neste caso não elegeria um grupo para chamar de seu.

Reeleito com 66,58% dos votos, a situação do prefeito de Indaial, André Moser, é igual. Tenta achar um nome para sua sucessão. O nome da diretora do Hospital Beatriz Ramos, Adriane Ferrari, e do secretário de Educação, Márcio Selhorst são lembrados, mas ainda não tem a consistência eleitoral necessária. O ex-prefeito de Timbó e ex-deputado estadual Laércio Schuster, agora no PL, transferiu seu domicílio para Indaial e deve ser candidato, buscando o apoio de Moser. Mas, igual a Blumenau, caso Laércio Schuster se eleja não será o grupo de André Moser.

Em Gaspar, o nome natural à sucessão de Kleber Wan-Dall, que se reelegeu com  65,60% dos votos, seria seu vice, Marcelo Brick, que está filiado ao Patriotas mas deve ir para o PL. Mas os dois estão rompidos desde a desistência de Wan-Dall da candidatura a deputado estadual no ano passado e também com a desfiliação de Brick junto ao PSD. Neste contexto, existem alguns nomes, mas nenhum consolidado.

Em Timbó, o desafio é enorme, pois o PP do prefeito Jorge Krueger está há quatro mandatos na Prefeitura. Também não tem sucessor definido. Krueger fez 62,22% dos votos na eleição passada.

Eleger o sucessor não é garantia de sucesso na eleição estadual de dois depois. Assim como uma derrota da candidatura oficial na eleição municipal de 2024 não é definitiva em enterrar candidaturas futuras, mas será uma ducha de água fria e trabalho dobrado para os prefeitos que saem e buscarão espaço em 2026.

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